Clássicos do Vestibular: Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro

O escritor João Ubaldo Ribeiro (1941 – 2014) foi uma das mais importantes figuras da literatura brasileira, tendo recebido em reconhecimento por sua obra o Prêmio Camões em 2008. Entre seus principais livros figura o romance regionalista Sargento Getúlio, publicado pela primeira vez no ano de 1971. 

Sargento Getúlio, considerado por muitos a obra-prima de Ribeiro, conta a história de Getúlio, um sargento que foi encarregado de levar um prisioneiro de Paulo Afonso (BA) até Aracaju (SE). Em suma, Getúlio é um homem acostumado a seguir ordens, fiel aos coronéis do sertão e aos chefes locais. Além disso, é conhecido por ser matador, tendo matado até a sua esposa ao descobrir uma traição.

Desse modo, ao receber a missão de conduzir o prisioneiro até Aracaju, Getúlio segue no cumprimento da missão, disposto a tudo para isso. No entanto, a narrativa passa por uma reviravolta quando ele recebe o direcionamento de abortar a missão, mas resolve continuar até o fim. Por questões políticas, Getúlio recebe a ordem de libertar o “subversivo” e de sumir por um tempo.

Contudo, Getúlio passa por um despertar de consciência e decide fazer não o que ordenaram, mas sim o que ele queria. Para isso, o sargento tem que se embrenhar pelos matos e enfrentar militares. Nesse percurso, ele acaba cortando a cabeça de um oficial, de modo que a sua violência passa a servir a sua própria sobrevivência.

Em entrevista em 1987, Ribeiro afirmou sobre a obra:

“Sargento Getúlio é um romance engajado – persegui esta espécie de autobiografia fantasmagórica, mas com maior distância. É, de certa forma, um retorno à minha infância, ao universo de Sergipe, com sua brutalidade, seu primitivismo ao qual dei uma dimensão mais ampla – ética e política.”

Características da obra

A narrativa da obra é um monólogo, em 1ª pessoa, de modo que o romance finda com a morte do protagonista. Assim, o monólogo só é interrompido por alguns diálogos curtos. Já a linguagem usada por Joao Ubaldo Ribeiro é coloquial, de modo que é repleta de regionalismos, além de conter neologismos, termos criados pelo próprio autor.

Como já mencionado, o enredo se passa entre Bahia e Sergipe, a história contempla a trajetória do sargento. Além disso, o tempo usado por Ribeiro foi não cronológico. 

A obra teve tanto sucesso que, em 1983, ganhou uma adaptação para o cinema, com o ator Lima Duarte interpretando o sargento. O roteiro é de Hermano Penna (diretor), de Flávio Porto e do próprio autor João Ubaldo Ribeiro. A película está disponível no YouTube. Clique aqui para assistir. 

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