O endividamento das famílias brasileiras bateu recorde em 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus. Os dados foram divulgados pelo Banco Central e Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta segunda-feira (15).
Em novembro de 2020, o endividamento das famílias foi de 51% da renda acumulada nos doze meses anteriores. O índice representou recorde na série histórica iniciada em 2005. As dívidas com os bancos entram neste cálculo, inclusive crédito para comprar a casa própria.
De acordo com o BC, em novembro de 2020, o comprometimento da renda das famílias com empréstimos de bancos foi de 20,87%. Já esse índice não bateu recorde na série histórica. O mês de novembro é o último que teve os dados disponibilizados até agora.
Se baseando nos resultados por mês da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), a CNC também realizou outro estudo, concluindo a alta no endividamento familiar em 2020 no Brasil. O estudo foi divulgado no fim do ano passado e mostrou que a média de famílias endividadas ano assado foi 2,8% maior do que o mesmo período de 2019. O índice chegou a 66,5%, maior porcentagem média por ano da série histórica, que começou em 2010.
José Carlos Tadros, presidente da CNC, afirmou que os impactos negativos da pandemia ao longo de 2020 fizeram com que fossem necessárias medidas para recompor a renda, como o benefício emergencial e de estímulo ao crédito.
“Em conjunto com a redução dos juros ao menor patamar da história e com a inflação ao consumidor controlada em níveis baixos, estas ações forneceram às famílias condições de ampliar a contratação de dívidas e renegociar as já existentes”, disse ele.
Segundo o Banco Central, a inadimplência de pessoas físicas com banco finalizou 2020 em 2,8%. O índice está abaixo dos 3,5% registrados no fim de 2019.