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Emprego: expectativas para o segundo semestre

A taxa de desemprego teve redução no primeiro trimestre deste ano. Ela atingiu os 10,5%, sendo o menor registro desde 2015, quando alcançou os 8,1%. A princípio é o que demonstra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad contínua), feita pelo IBGE.

Entretanto, não podemos esperar tanto otimismo para o segundo semestre de 2022. De acordo com Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da área de economia aplicada da Fundação Getúlio Vargas, o recuo da taxa de desemprego está relacionado ao fim da pandemia.

O pesquisador afirma que a flexibilização das medidas restritivas, com o fim do lockdown, fez com que os setores de serviços, casamento e de educação do país voltassem a crescer. Dessa maneira, as empresas tiveram uma necessidade de mão de obra. 

Porém, ele diz que este quadro não deve se repetir no segundo semestre do ano. Há uma alta da inflação e dos juros, capazes de influenciar negativamente na economia. Todavia,  para Fernando, a taxa de desemprego deve continuar na faixa dos dois dígitos até o final de 2022.

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Dados sobre o emprego

Os dados e informações a respeito do mercado de trabalho são um alento, visto que durante o pico da pandemia, cerca de 13 milhões de pessoas estavam desempregadas. Em síntese, o número de ocupados no país está em torno de 96,5 milhões, um recorde relativo à série histórica que se iniciou em 2012.

A formalidade tem atingido índices bastante positivos, com um aumento de 11,6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, cerca de 32 milhões de pessoas. aliás, segundo os dados da Pnad Contínua, a expansão do contingente de pessoas ocupadas engloba todas as regiões do Brasil. 

De ante mão, houve um aumento do emprego formal dos últimos anos, mas a verdade é que a economia nacional está baseada no trabalho informal, principalmente nos setores da construção civil e no comércio.

A informalidade no Brasil é grande. Em um estudo realizado pela B3 Social e Fundação Arymax, constatou-se que quase 20 milhões de pessoas trabalham sem carteira assinada.  São 60% do total de trabalhadores do país. Em suma, é uma parcela da população que sofre bastante com as crises econômicas.

A taxa de desemprego vem caindo. No entanto, o rendimento médio do trabalhador vem diminuindo. Desse modo, em comparação com 2021, há uma queda de 7,9%, o que demonstra uma desvalorização do profissional. 

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Projeções sobre o segundo semestre

Há uma possibilidade de a inflação atingir o patamar de 10% este ano. E, 2021 foi de 10,06%. Sobretudo, esta seria a primeira vez, desde o Plano Real, que o índice de preços atingiria uma alta de dois dígitos por dois anos consecutivos.

Os alimentos, a energia e o preço dos combustíveis são os grandes vilões da história. Para tentar conter a inflação, o Banco Central aumentou a taxa de juros básica para 12,75% ao ano. Em conclusão, o órgão apontou um aumento do PIB com uma projeção para 1,7% em 2022, o que configura uma estabilidade econômica.

O problema é que a alta do produto interno bruto está relacionada ao primeiro trimestre deste ano, que apresentou um quadro positivo. Nos próximos meses, devido à pressão dos juros, é possível que o Brasil cresça bem menos.

De acordo com Marcelo Kfoury, economista da Fundação Getúlio Vargas, o cenário internacional não é positivo e exerce uma grande influência na economia do país. Ele cita a possível recessão dos EUA em 2023, por conta também do aumento de juros.

O governo tenta reativar a economia brasileira com alguns programas sociais, como a liberação do FGTS e o Auxílio Brasil. Ele busca incentivar as vendas do varejo, que apresentaram pouco crescimento no número de contratações.

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Emprego em 2023

Segundo estudo feito pelo Senai, as profissões ligadas à área tecnológica serão as que mais irão apresentar crescimento em 2023, resultado da automação de processos e das mudanças tecnológicas como a digitalização das empresas.

Podemos destacar no setor, os serviços relacionados a processos robotizados que terão um crescimento de 24% no ano. O estudo mostra que pesquisadores de engenharia, terão aumento de 17,9%. Diretores de informática, 13,8%.

A área da saúde também merece destaque, além do setor de marketing e comunicação. Na construção civil, estima-se que no ano que vem deverão ser contratados 57.399 engenheiros civis e 14.252 arquitetos e urbanistas.