As micro e pequenas empresas são responsáveis por um grande número de contratações em todo o país. Levando isso em consideração, o Sebrae produziu um relatório, tendo como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que aponta que oito em cada 10 profissionais trabalham nestas organizações.
Esta estimativa leva em conta os trabalhadores formais, com carteira assinada, que atuam em diversas profissões disponíveis no mercado de trabalho. Todavia, ela indica que o pequeno negócio tem uma importância fundamental, não só na geração de empregos no Brasil, mas também na atividade econômica nacional.
O estudo do Sebrae apontou que houve uma queda de 26,5% na geração de novos postos de trabalho nas micro e pequenas empresas. A estimativa passou de 2,17 milhões de empregos, para 1,6 milhão entre 2021 e 2022. A participação destas organizações na geração de vagas passou de 77,7%, para 78,4%.
A princípio, em 2022, o setor da economia onde houve o maior número de contratações das micro e pequenas empresas foi o de serviços. Ao todo, cerca de 828 mil novos postos de trabalho foram criados. O comércio também se destacou, com 332,6 mil novas vagas, seguido pela construção civil, com 229,8 mil.
No ano passado, alguns outros setores relacionados ao pequeno negócio também obtiveram um resultado positivo, relacionado às novas contratações. Na indústria de transformação, por exemplo, as micro e pequenas empresas abriram 158,3 mil postos de trabalho. No setor agropecuário, foram 30,8 mil novas oportunidades.
De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, da mesma forma como em 2022, este ano, as empresas de pequeno porte, principalmente o microempreendedor individual, continuarão a influenciar positivamente na economia do país, em especial, os setores de serviço e comércio.
Um outro levantamento do Sebrae, Atlas do Pequeno Negócio, apontou que as micro e pequenas empresas nacionais, geram uma renda de R$420 bilhões ao ano. Esta estimativa equivale a um terço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que é a soma de todos os produtos e serviços produzidos no país.
De acordo com o estudo, os pequenos negócios inserem cerca de R$35 bilhões por mês na economia nacional. Para a estimativa, a pesquisa utilizou dados referentes às micro e pequenas empresas, e os microempreendedores individuais (MEIs). Os MEIs geram em torno de R$11 bilhões mensais, R$140 bilhões ao ano.
Analogamente, as micro e pequenas empresas também têm um papel importante, de acordo com a pesquisa. Mensalmente, elas geram ao país, cerca de R$23 bilhões, o que equivale a R$280 bilhões por ano. Vale ressaltar que os pequenos negócios contribuem com cerca de 30% do PIB.
A princípio, o presidente do Sebrae afirma que se o país crescer 3% ao ano, a participação de pequenos negócios pode chegar a até 40% do PIB nacional. De acordo com ele, em países desenvolvidos, esta participação gira em torno de 40% a 50%. Para ele, se o país promover este desenvolvimento em 10 anos, beneficiará toda a economia.
Para Carlos Melles, as micro e pequenas empresas podem, através de seu desenvolvimento, contribuir exponencialmente na geração de emprego e renda. Em síntese, outro fato importante da pesquisa é relacionado ao fato de que, dos 15,3 milhões de donos de pequenos negócios, 11,5 milhões dependem apenas dele para sobreviver.
Ademais, em relação aos MEIs, a estimativa fica em 78%, ou seja 6,7 milhões de pessoas, que retiram suas rendas destes tipos de negócios. Em relação aos donos de micro e pequenas empresas, o índice chega a 71%, o que corresponde a cerca de 4,7 milhões de pessoas em todo o país.
Entre 2012 e 2022, o número de trabalhadores autônomos cresceu 26%, passando de 20,5 milhões para 25,9 milhões. Houve uma alta de 323% no mesmo período, relativa a formalização dos MEIs, passando de 2,6 milhões, para 11,3 milhões ao todo. Todavia, um crescimento 12 vezes maior sobre os empreendedores informais.
O estudo realizado pelo Sebrae demonstra que 28% dos MEIs que exerciam suas profissões fora do mercado formal, passaram a utilizar o regime especial de pagamento de imposto. Em conclusão, cerca de 13% destes tinham como ocupação o empreendedorismo informal, e 15% trabalhavam sem carteira assinada.