A venda para os turistas é uma das principais fontes de renda para artesãos de todo o país. Contudo, para terem mais visibilidade e recursos, os empreendedores querem alcançar novos mercados e maior valorização das peças. Por isso, o apoio a diversos projetos que impactam o empreendedorismo é fundamental para a economia nacional.
De acordo com informações da Agência Brasil, o Inbordal é o órgão regulador do bordado filé. As artesãs que vivem na região e desejam utilizar o selo da IG nas suas peças devem recorrer à entidade. Para obter o selo, é preciso fazer o produto de acordo com o Caderno de Instrução do Bordado Filé, que foi elaborado pelas bordadeiras.
A malha deve ter espaçamento de no máximo 1,5 centímetro, a linha tem que ser de algodão e uma variedade de pontos tradicionais precisa ser usada no trabalho, embora pontos novos também sejam aceitos.
Pelo site do Inbordal, o comprador pode rastrear o bordado filé digitando o código presente na etiqueta, informa a Agência Brasil. O Inbordal recebe encomendas e reparte a demanda entre as associadas. Quando uma mulher leva o bordado para casa, divide a tarefa com as bordadeiras da família e todas ganham, explica a Agência Brasil.
A arquiteta e consultora do Sebrae Marta Melo afirma que o mercado do artesanato ainda é incipiente no Brasil. Para ela, falta reconhecimento ao valor artístico do trabalho manual. “Como o consumidor brasileiro não está ainda acostumado com a Indicação Geográfica no artesanato e como a oferta é muito grande, elas (as artesãs) têm dificuldade de posicionamento de mercado. Então fomos procurar mercados mais exclusivos, como algumas grifes, para fazer parcerias,” completa Marta.
Segundo informações da Agência Brasil, para dar mais notoriedade ao trabalho, as artesãs propõem a criação da Rota Turística do Bordado Filé da Região das Lagoas Mundaú e Manguaba, a exemplo da Rota do vinho, no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, e da Rota do Queijo, na Serra da Canastra, em Minas Gerais.
A rota incluiria atrativos naturais, gastronômicos e históricos do ambiente no qual está inserida a tradição do filé. Na proposta apresentada pelo Inbordal ao governo do estado e às prefeituras de Maceió, Marechal Deodoro e Coqueiro Seco, as artesãs defendem a criação de um museu do filé e a realização oficinas de bordado, assim como passeios pelas ilhas de mangue, banho de bica e de mar.
Esportes náuticos, como pesca artesanal, canoagem, campeonato de vela podem ter apelo para os turistas mais aventureiros. E a gastronomia, com degustação de camarão, peixadas e pratos à base de mariscos, completa a experiência, segundo informações da Agência Brasil.