Quem está morando na cidade de São Paulo está tendo certos problemas com o custo de vida. De acordo com dados do Procon e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o valor da cesta básica por lá aumentou quase 46% nos últimos três anos.
Em agosto, o preço desse item chegou em um dos seus ápices. Segundo o levantamento, a cesta custou em média R$ 1077. Para se ter uma noção do tamanho desse aumento, o salário mínimo nacional está pagando agora em 2021, o montante de R$ 1100. Então quem compra esse produto tem apenas R$ 23 de troco.
Esses R$ 23 é o que sobra para que a pessoa consiga pagar todas as contas. E aqui nem se fala da questão do preço do botijão de gás. Também não entra nessa conta gastos com produtos de limpeza e material de higiene pessoal. Esses, aliás, são itens extremamente importantes neste momento de pandemia.
O Procon lembra que em agosto de 2018 o salário mínimo era menor. De acordo com os dados oficiais, ele estava na casa dos R$ 954. No entanto, naquela situação, a cesta básica em São Paulo estava custando R$ 698 também segundo o Dieese. Na prática, isso acontecia porque a inflação era menor naquele momento.
Então em agosto de 2018, as pessoas gastavam R$ 698 para comprar a cesta e ainda ficavam com mais de R$ 200 de “troco”. Tudo isso também acontecia por causa da inflação. Pelo menos é isso o que os principais especialistas dizem. O Governo Federal afirma que está trabalhando para tentar mudar essa situação.
Se a cesta básica está consumindo 98% do salário mínimo e está deixando esses trabalhadores em maus lençóis, pode-se imaginar que tem gente em situação ainda pior. É o caso daqueles que estão vivendo apenas com projetos sociais do Governo.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, algo em torno de 34,6 milhões de pessoas estão recebendo o Auxílio Emergencial. Os patamares variam de um usuário para outro, mas os pagamentos não passam dos R$ 375. Isso não dá para comprar nem metade de uma cesta básica em São Paulo.
No Bolsa Família a situação é ainda pior. Ainda de acordo com o Ministério da Cidadania, o Brasil tem agora algo em torno de 14,6 milhões de beneficiários do programa. Os valores variam, mas a média atual está na casa dos R$ 189.
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista recente que reconhece a gravidade desta situação. Ele chegou a dizer, aliás, que os vulneráveis ficaram para trás neste momento em que o país vive.
Nessa mesma entrevista, Guedes disse que a solução é aumentar o tamanho do Bolsa Família e ao mesmo tempo gerar mais empregos. O problema é que ainda não está claro como o Governo Federal vai conseguir fazer isso.
Hoje, ainda não se sabe ao certo quais seus os programas de estímulo ao emprego. Alguns deles estão no gabinete do Ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, mas nenhum deles foi pra o Congresso ainda.