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EL NIÑO: Inmet alerta que intensidade do Fenômeno pode variar nos próximos meses; confira

Nos últimos dias, milhões de brasileiros acompanham em choque os problemas ocasionados pelo ciclone que passou pelo Rio Grande do Sul. Especialistas afirmam que o fenômeno natural foi uma das consequências do El Niño. Agora, as pessoas querem saber quais são os próximos passos deste movimento. Novos ciclones estão chegando?

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) falou sobre o assunto nesta semana. De acordo com uma projeção divulgada, a intensidade do El Niño tende variar de moderada a forte tanto na primavera, como também no verão que está se aproximando. Ao menos esta é a projeção da maioria dos modelos climáticos analisados.

De todo modo, é importante lembrar que os modelos analisados também apresentam divergências. Assim, ainda não é possível cravar o que realmente vai acontecer. “A discordância está na intensidade do El Niño nos próximos meses. Diante disso, a incerteza nos modelos torna crucial o monitoramento contínuo do fenômeno e os possíveis impactos em diferentes regiões do Brasil”, afirma o agrometeorologista Cleverson Freitas.

Impactos em diferentes regiões

Ainda tomando como base as informações do Inmet, o El Niño tende a provocar diferentes reações climáticas nas diferentes regiões do país.

“Nas regiões Norte e Nordeste, a tendência é de seca mais severa e aumento dos focos de incêndio. Já nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, ocorre o aumento das temperaturas médias e irregularidade nas chuvas. Por fim, no Sul do Brasil, as chuvas ficam acima da média, especialmente durante a primavera e o verão, o que pode levar a enchentes e deslizamentos de terra”, diz o Inmet.

O ápice do El Niño

O que é de comum acordo entre os mais diferentes especialistas na área é que o El Niño ainda não chegou ao seu ápice. O fenômeno, que ajuda a elevar as temperaturas do Oceano Pacífico, deve ter sua maior força entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, ou seja, durante boa parte do verão brasileiro.

Há, portanto, um temor de que desastres naturais, como o registrado no Rio Grande do Sul na última semana se repitam com mais intensidade em breve. A tendência é que a região Sul esteja na rota dos eventos mais perigosos.

O Sul no foco

Segundo os analistas, o aquecimento anormal das águas do oceano faz com que as correntes de vento e as precipitações aumentem em diversas partes do planeta. Especificamente no Sul do Brasil, o El Niño provoca uma série de tempestades intensas.

A tendência, aliás, é que novos temporais ocorram ainda no decorrer desta semana. Uma previsão divulgada pela MetSul no último domingo (10) projeta que um novo ciclone extratropical se formará nas proximidades da costa brasileira até a próxima quinta-feira (14).

“A atmosfera está trabalhando em modo El Niño. Infelizmente, vamos ter mais situações como as da semana passada, com episódios de chuva mais frequentes e mais intensos. Esse é o ‘padrão El Niño’ para o Sul”, disse Marcelo Seluchi, diretor-geral do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Desastre no Rio Grande do Sul

Enquanto o possível novo ciclone não se forma, autoridades seguem contabilizando o tamanho do desastre da última semana. A atualização mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul indica que 47 pessoas já foram encontradas sem vida em decorrência do ciclone formado na última semana no Sul do país.

RS ainda contabiliza efeitos da passagem do ciclone. Imagem: Defesa Civil/RS

Abaixo, você pode conferir o número de mortes por município:

  • Bom Retiro do Sul: 1
  • Colinas: 2
  • Cruzeiro do Sul: 5
  • Encantado: 1
  • Estrela: 2
  • Ibiraiaras: 2
  • Imigrante: 1
  • Lajeado: 3
  • Mato Castelhano: 1
  • Muçum: 16
  • Passo Fundo: 1
  • Roca Sales: 11
  • Santa Tereza: 1

Abaixo, você pode conferir outros dados oficiais atualizados sobre a tragédia no Rio Grande do Sul.

  • 97 municípios afetados;
  • 4.794 desabrigados;
  • 20.517 desalojados;
  • 925 feridos;
  • 3.130 pessoas resgatadas.