Por meio de um abaixo-assinado, educadores, escritores e ilustradores solicitam ao Ministério da Educação (MEC) que não adote livros infantis adaptados. O MEC tem um programa de incentivo à literacia familiar intitulado “Conta pra mim”, cujo público-alvo são famílias carentes.
Entre os kits com livros e outros materiais, há obras clássicas como “João e Maria” que tiveram detalhes cruciais do enredo modificados. Assim, as histórias alteradas estão no site do programa.
De acordo com o MEC, as histórias serão impressas e distribuídas no ano que vem. No entanto, educadores e escritores são contra a distribuição dessas versões. Na história clássica dos irmãos João e Maria, por exemplo, eles são abandonados na floresta pelos pais. Já na versão do MEC, as crianças apenas saem para passear na floresta e recebem dos pais pedrinhas coloridas, para que consigam voltar para casa.
Com o abaixo-assinado, educadores e escritores defendem que alguns elementos de clássicos não podem ser modificados. No entanto, o MEC defendeu em nota a “livre adaptação das obras”. Assim, pretende imprimir os livros não só para o “Conta pra mim”, mas também para o programa “Criança Feliz”, em uma parceria com o Ministério da Cidadania.
A mestre em crítica literária Cristiane Tavares que é também uma das signatárias do documento contra as adaptações afirmou que “pesquisadores, bibliotecários, pesquisadores de universidades públicas, escritores e ilustradores de livros infantis, pessoas do Brasil e de fora, estão muito insatisfeitas com essa coleção e com todo o retrocesso que ela representa”.
Apesar das manifestações contrárias, a decisão do MEC é por manter as versões.
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