Educação

Educação na pandemia: 46% dos professores não sabem se alunos aprendem com aulas remotas

Com a suspensão das aulas presenciais em março deste ano, a educação na pandemia está restrita ao ensino remoto há cerca de seis meses. Assim, esse cenário impõe diversas restrições e desafios a gestores, docentes e alunos.

Em uma pesquisa do Instituto Crescer quase metade dos professores ouvidos (46%) diz não saber avaliar se os alunos estão realmente aprendendo por meio das aulas remotas.

A pesquisa ocorreu virtualmente, entre entre os dias 1º e 17 deste mês e ouviu 528 professores de instituições de educação básica e do ensino superior privadas e públicas.  

Enquanto 46% afirma não ter certeza quanto à eficácia do aprendizado, 8% dos professores consideram o ensino on-line frustrante. O motivo seria o pouco sucesso no resultado de aprendizagem dos alunos.

Outro problema apontado é a falta de estrutura. Desse modo, 57% dos participantes se sentem frustrados porque a falta de infraestrutura prejudica o desempenho dos alunos.

Além disso, a pesquisa indica que 87% dos docentes usam recursos tecnológicos diariamente nas atividades remotas de ensino. 

Desafios do novo cenário

Quanto ao uso das ferramentas, boa parte diz não ter tido auxílio para lidar com os recursos tecnológicos (61%). Enquanto 54% afirmam ter aprendido com colegas, outros 42% aprenderam por meio de programas de formação.

Os professores têm usado variadas ferramentas e metodologias. Assim, a diretora do Instituto Crescer, Luciana Allan falou do esforço “tremendo” dos docentes para adaptar as práticas de ensino ao novo contexto.

“Eles já estão conseguindo redesenhar suas aulas, estão conseguindo usar tecnologias, estão pensando em novas propostas de avaliação, mas tudo isso é um processo muito inicial”, afirmou.

Assim, Allan chamou atenção para a necessidade de investimento na formação dos docentes:

 

“Mas são outras formas de trabalhar, e tudo isso exige formação. É preciso fazer com que esses professores consigam se desenvolver de forma mais estruturada e não deixar que cada um continue carreira solo”, disse.

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