A economista do Banco Mundial para o Brasil, Shireen Mahdi, apresentou um argumento convincente em favor da revisão do piso de R$ 600 do programa Bolsa Família. De acordo com a especialista, o programa social deve adotar um valor mínimo por pessoa em vez de fazê-lo por família, como é o procedimento atual.
Essa proposta de revisão do Bolsa Família sugere uma abordagem mais inclusiva, onde o benefício mínimo seria estabelecido individualmente, levando em consideração as necessidades de cada pessoa dentro de uma família. Tal revisão poderia representar um avanço fundamental na redução das disparidades socioeconômicas no Brasil, ao proporcionar um suporte financeiro mais equitativo às famílias em situação de vulnerabilidade.
Em uma coluna de opinião veiculada tanto no site do Banco Mundial quanto no jornal Folha de S. Paulo, Shireen Mahdi fez uma análise crítica do programa de transferência de renda do Brasil. Ela argumentou que a falta de consideração pela composição familiar atualmente adotada pelo programa resulta em disparidades no atendimento e pode levar a comportamentos indesejáveis.
Mahdi explicou que, ao não levar em conta o tamanho da família, as transferências médias por pessoa aumentaram para famílias menores, enquanto diminuíram para famílias maiores, que geralmente enfrentam um maior risco de pobreza. Esse cenário, de acordo com a economista do Banco Mundial, cria um desequilíbrio no apoio financeiro, o que pode impactar negativamente a eficácia do programa e a dinâmica das famílias beneficiárias.
A análise de Mahdi ressalta a importância de uma abordagem mais abrangente e equitativa na formulação de políticas sociais, visando garantir que as famílias em situação de vulnerabilidade recebam o suporte financeiro necessário, independentemente do seu tamanho.
Na manhã desta terça-feira, o ministro Wellington Dias, responsável pela pasta do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, participou de um evento que marcou o início das celebrações dos 20 anos do programa Bolsa Família. Este evento, intitulado “Bolsa Família 2.0: Garantia de Renda e Mobilidade Social”, é promovido pelo Ministério em parceria com o Banco Mundial, a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Durante o encontro, estão previstas discussões sobre as mudanças recentes implementadas no programa de assistência social, bem como os desafios futuros que se apresentam para garantir uma renda básica e promover a mobilidade social no país. O evento reúne especialistas e autoridades para debater políticas públicas que visam melhorar a qualidade de vida das famílias beneficiárias do Bolsa Família.
O Bolsa Família, ao longo de duas décadas, tem desempenhado um papel crucial na redução da pobreza e na promoção da igualdade social no Brasil. Esta comemoração dos 20 anos destaca a importância do programa e busca encontrar maneiras de aprimorá-lo para atender de forma ainda mais eficaz às necessidades da população.
Para ter direito aos recursos do programa, a família deve estar cadastrada no CadÚnico, que é o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Esse cadastro reúne informações sobre a composição e renda familiar, e é utilizado para verificar a elegibilidade para vários programas sociais, incluindo o Bolsa Família.
É importante lembrar que as regras e valores do Bolsa Família podem ser atualizados pelo governo, portanto, é aconselhável verificar as informações mais recentes nos canais oficiais do programa. Além disso, a seleção das famílias é realizada com base em critérios de prioridade, dando preferência às famílias em situação de extrema pobreza.