O contexto da economia brasileira em 2021

O cenário atual da pandemia, que afeta diretamente a economia brasileira, gera muita insegurança nas pessoas. A economia do Brasil foi gravemente impactada pela Covid-19. Isso todos sentiram de alguma forma, seja na perda do emprego, na alta da gasolina e preço do arroz.

É difícil compreender como tudo isso aconteceu tão rápido. No final de 2020, com a vacina sendo desenvolvida, muitos tinham previsões otimistas. Mas como chegamos até aqui? Vejamos, em linhas gerais, o que está acontecendo nesse momento na economia do Brasil.

Como a economia está agora

O Brasil já estava muito vulnerável quando a pandemia chegou, o que nos deixou em desvantagem.

O crescimento econômico está baixo. O PIB (Produto Interno Bruto) foi o menor desde que o início da série histórica atual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 1996. Com isso, o Brasil deixou de estar entre as dez maiores economias mundiais, segundo a Agencia Classificadora de Risco Austin Rating.

O PIB sinaliza a produção de um país. Isso significa literalmente que o brasileiro está produzindo menos, sendo menos remunerado por isso, consumindo menos bens e serviços e tendo uma qualidade de vida pior.

Isso se deve a muitos fatores. Um deles é o fato de os investidores que poderiam aportar dinheiro ao país não sentem confiança com um cenário tão imprevisível. Isso afeta de forma direta a macroeconomia, e também reflete em nosso bolso.

O desemprego atingiu o maior auge desde 2012. Segundo o PNAD (Pesquisa nacional de Amostras por Domicilio), fechamos 2020 com 13,4 milhões de desempregados.

Alta da taxa SELIC

A SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custodia), que é a taxa geral de juros, subiu de 2,00% para 2,75%. Essa taxa é administrada pelo COPOM (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central. Essa nova taxa entrou em vigor na última quarta-feira (17/03). Isso parece um aumento pequeno, mas significa quase 50% sobre a taxa anterior. Por que tomaram essa decisão?

O aumento da SELIC já era esperado por muitos economistas. A alta dos preços está prejudicando gravemente o consumidor. O Banco Central, preocupado com isso, tenta conter a inflação aumentando a taxa básica de juros.

Como isso nos afeta diretamente? Se temos uma taxa de juros mais alta, fica mais difícil comprar. Com menos gente comprando, os preços baixam. Assim que opera a taxa SELIC, como um freio ou acelerador da inflação.

Isso não significa que os preços vão cair, mas é possível que aumentem em uma velocidade muito menor.

Esse foi um grande estimulo para a economia reagir com mais velocidade, devido à grande vulnerabilidade social que muitos enfrentam.

Porém, juros de credito de parcelamento, financiamento, cheque especial tendem a ficar mais altos. Também ficará maior o rendimento para quem tem investimentos em renda fixa ou títulos públicos indexados à SELIC.

A intenção do Banco Central é ótima e a decisão tende a frear a inflação, mas infelizmente não é só isso que resolve nosso problema.

Como a vacina impacta a economia

Muitos tem dificuldade de compreender como a vacina – ou a falta dela – movimenta a economia.

Olhemos agora para o nosso cenário social. Trancafiados em casa, as pessoas circulam menos, e seus hábitos de consumo mudaram muito. Comer fora, pegar ônibus, ir a uma livraria, a uma loja de roupas, tudo isso movimenta diversos setores da economia.

A vacina nos permite ir e vir com mais tranquilidade. Logico que a doença ainda vai existir, e precisaremos continuar nos prevenindo, mas é possível retomar aos poucos os hábitos de consumo com mais tranquilidade.

Próximo da normalidade, a demanda vai voltando progressivamente. O crescimento acontece com as pessoas consumindo e o setor produtivo recebendo estímulos pra produzir.

Os investidores do exterior observam o Brasil como uma nação que vai demorar para contornar a crise, devido à uma lenta política de vacinação. Assim, demoramos mais para voltar a ser um pais seguro para investidores.

Auxilio Emergencial – o que dizem os especialistas

“O governo está gastando mais do que pode para conseguir pagar o Auxilio Emergencial, e isso tem aumentado a dívida pública. O problema não é a dívida ser alta, mas ela ser crescente, de uma maneira que é difícil acreditar que vamos ser sustentáveis novamente.” – disse Juliana Inhasz, Doutora em Economia e professora do Insper.

“O Auxilio Emergencial foi necessário, mas ele é pontual. Devemos trabalhar na causa do problema, e ajudar estes indivíduos a ascender socialmente, para que no futuro sejam livres e auto suficientes.” – disse Nathalia Arcuri, Youtuber especialista em finanças.

Basicamente, o Auxilio Emergencial deu um alívio para milhões de brasileiros, mas para os cofres públicos, representou um buraco que será difícil de fechar.

Real desvalorizado e dólar em alta

A taxa de cambio está alta, devido à desvalorização do real. Quando uma moeda cai, a outra consequentemente cresce.

O Brasil depende muito de insumos do exterior, e se o dólar aumentar, teremos um cenário cada vez mais opressor. Até o próprio algodão que o Brasil produz, envia para beneficiamento na China, para depois comprar o tecido deles. O mesmo acontece com o petróleo. O Brasil importa petróleo, mesmo tendo reservas aqui, por não ter tecnologia e estrutura para refinar.

Com a alta da taxa SELIC, o governo tem a intenção também de frear a alta do combustível, reduzindo o cambio. A Petrobras está sujeita ao preço internacional do barril de petróleo, e quando se depara com aumentos, repassa ao consumidor.

Com a alta do dólar, o produto brasileiro ficou muito barato para o mercado internacional. Vender para fora se tornou muito atrativo. Isso é bom por um lado, mas gera escassez de produtos essenciais para o mercado interno, a oferta fica menor que a demanda.

Um exemplo é a soja, que é largamente exportada. Para o brasileiro não representa só óleo, mas também ração de animais, influenciando o preço da carne, entre outras cadeias.

O Brasil ficou relativamente mais atrativo ao comprador do exterior, embora ainda arriscado. Isso deve conter um pouco a pressão no câmbio, mas voltar a comprar importados baratos e a viajar pra Disney com preço acessível, vai ainda demorar.

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