Fome no mundo pode aumentar com forte alta dos preços dos alimentos, diz FMI

Mais pessoas poderão morrer de fome no mundo, isso acontece devido ao aumento dos alimentos e diminuição de renda causada principalmente pela crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19.

A conclusão faz parte do relatório “Perspectivas da economia mundial” (WEO, na sigla em inglês), do Fundo Monetário Internacional (FMI). A análise foi divulgada nesta terça-feira (6).

“Sem medidas de intervenção, a queda da renda em 2020 e o aumento dos preços dos alimentos levarão 62 milhões de pessoas a passar fome no mundo, ou seja, quatro milhões a mais”, diz o texto.

Para se ter uma ideia, só entre agosto e fevereiro a alta no preço dos alimentos foi de 20%. A porcentagem foi impulsionada por dois principais aumentos: 45% no custo dos óleos vegetais e 41%. Sempre de acordo com os dados do FMI.

Com a alta da compra da China, os valores da soja e do milho subiram 50%. Já o trigo aumentou 38%.

“A pandemia da Covid-19 corre o risco de apagar décadas de progresso contra a desnutrição em todo mundo”, alerta o informe.

Auxílio da fome

Neste cenário que o FMI alerta pelo aumento da fome mundial, o governo brasileiro começa a pagar nesta terça-feira (06) o auxílio emergencial. Tal benefício foi avaliado como o auxílio da fome, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Outro ponto destacado pelo Dieese, se não o principal e mais problemático, é a comparação do novo auxílio emergencial e o valor da cesta básica que “revela o quanto o montante é insuficiente”.

O novo valor do auxílio 2021 deixa a desejar e, de acordo com os cálculos do Dieese, o poder de  compra de uma família com dois adultos e duas pessoas está reduzido. Será possível comprar apenas com o dinheiro menos de meio bife por dia, menos de meio copo de leite, uma concha e meia de feijão e três colheres de arroz. Mais um tomate, meia batata e um pão e meio. E uma banana.

“Como facilmente se conclui dos dados, o novo auxílio não terá a menos condição de garantir segurança alimentar”, diz o Dieese. “Por isso, pode-se considerar que este auxílio é de fome”, completa.

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