O Banco Central (BC) apresentou dados e informações sobre as previsões da economia brasileira para o ano de 2022, contidas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI). todavia, as estimativas estão um pouco diferentes das do mercado, com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) anual, passando de 2,7% para 2,9%.
A nova estimativa sobre a atividade econômica nacional, a alta apresentada, teve como principal influência, a revisão da série histórica, que apresentou números diferentes em sua atualização. Dessa maneira, o índice que reflete os resultados do PIB no primeiro semestre foi revisto, apontando uma maior elevação.
De fato, o resultado positivo no terceiro trimestre do ano, presentes no relatório, e a revisão das informações de estimativas anteriores, apontaram um crescimento de cerca de 1,3% frente aos 1,1% das projeções anteriores no primeiro trimestre e de 1,2% para 1,0% no segundo trimestre deste ano.
A variação do PIB anual também sofreu uma revisão considerável. Ela passou de -3,9% para -3,3% em 2020 e de 4,6% para 5% em 2021. De acordo com o Banco Central, a diferença dos índices está também relacionada a melhora do setor de serviços e o crescimento do consumo das famílias brasileiras.
O Banco Central também apresentou suas estimativas sobre o PIB de 2023. Apesar de algumas ressalvas, a instituição se mostrou um pouco mais otimista que o mercado. A projeção do PIB para o ano que vem é de um crescimento de 1%, mesmo com uma esperada desaceleração econômica para o período.
De acordo com o relatório Focus, publicação semanal online do BC que contém as expectativas do mercado em relação à economia brasileira e seus indicadores, a previsão é a de que o PIB termine 2023 com uma alta de 0,75%. Desse modo, há uma disparidade sobre o que os economistas esperam e as projeções do BC.
O RTI afirma que as incertezas tanto no cenário nacional, quanto no internacional, têm influenciado o resultado das projeções sobre o PIB para o ano que vem. É um período de incertezas, também relacionadas ao ambiente fiscal do país. Não se sabe se haverá estímulos para o setor econômico em 2023.
Em relação ao cenário externo, a atividade econômica mundial se apresenta como um desafio, causado por uma política monetária mais restritiva em muitos países, a guerra da Ucrânia, e a crise no setor imobiliário da China, além das dúvidas relacionadas ao combate da covid-19 no país.
O relatório apontou que o setor de serviços teve um crescimento de 3,4% para 4,1%, favorecendo os números positivos do PIB no período. A agropecuária, por outro lado, passou de uma projeção de crescimento zero, para uma redução de suas atividades em -2,0%. A indústria passou de uma alta de 2,4% para 1,9%.
O crescimento no consumo das famílias brasileiras também apresentou uma variação importante, passando de 3,9% para 4,2% nas estimativas para 2022. Já em relação à projeção de alta do consumo do governo, o relatório apontou uma variação positiva, de 0,7% para 1,6%.
Outro fator a ser considerado é o da Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF), que faz o cálculo sobre o volume de investimento produtivo na economia. O índice passou de uma redução de -0,4% para uma alta de 0,7% em relação a 2022. As informações anteriores haviam sido divulgadas em setembro.
Para o ano que vem a previsão é de um crescimento do PIB em 1%. Espera-se que a agropecuária apresente um cenário de crescimento, no entanto, o BC reduziu a expectativa de 7,5% para 7%. A indústria brasileira deverá passar de uma alta de 0,4% para um crescimento zero.
Em relação ao setor de serviços, espera-se que ele tenha um crescimento no ano que vem, passando de uma alta de 0,9% para 0,6%. Já o boletim Focus, o mercado apresentou uma estimativa a respeito da atividade econômica nacional com um crescimento do PIB. Em conclusão, ele deverá ser de 3,05%, este ano, e de 0,75% em 2023.