A taxa de juros básica da economia nacional (Selic) atualmente está em 13,75% ao ano. Especialistas do mercado financeiro, de acordo com o Relatório Focus do Banco Central desta semana, estimam que o índice feche o ano a 12%. Todavia, na semana passada, a expectativa era de que ela fosse cair para 12,25% em 2023.
Ademais, a revisão das expectativas do mercado financeiro relacionadas à taxa de juros Selic se deu após o Governo Federal apresentar alterações relativas à sua meta de inflação para o ano. Vale ressaltar que o relatório Focus desta semana entrevistou mais de 100 instituições financeiras sobre o andamento da economia.
Todavia, na semana passada, o mercado financeiro esperava uma taxa de juros anual de 12,25%. O índice está em 13,73% ao ano, mas especialistas econômicos dizem que o Banco Central do Brasil, através do seu Comitê de Política Monetária (Copom), deve reduzir a taxa Selic em alguns pontos, ainda no ano de 2023.
Desse modo, essa alteração nas estimativas sobre a taxa Selic se deu após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fazer um anúncio direcionado ao Conselho Monetário Nacional (CMN), sobre uma mudança das metas de inflação do Governo Federal. Para 2026 ela ficou em 3%, podendo variar entre 1,5% e 4,5%.
Analogamente, o CMN se reuniu pela última vez no dia (29/06), na quinta-feira passada. Sendo assim, a alteração no regime de metas da inflação deverá valer a partir do ano de 2025. O Governo Federal diz que essa estimativa sobre o índice de preços em território nacional será feita considerando um “horizonte relevante”.
Isso quer dizer que não haverá mais um calendário fixo para que se determine as metas da inflação. No momento, o índice relativo à pressão inflacionária no país, considera o ano-calendário, que vai de janeiro a dezembro. A princípio, para esse ano de 2023, a meta do Governo Federal é de um índice na casa dos 3,25%.
Para que a meta da inflação estabelecida pelo governo seja cumprida, o índice deve ficar entre 1,75% e 4,75%. Aliás, no relatório Focus desta semana houve uma redução das estimativas do mercado financeiro sobre a inflação de 2023. A previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4,98%.
Dessa forma, é preciso considerar que este índice está acima da meta de inflação estabelecida pelo Governo Federal para esse ano. No relatório Focus da semana passada, o mercado financeiro esperava uma inflação anual de 5,06% para 2023. Caso isso ocorra, será o terceiro ano seguido que ela ficará acima do teto.
Em síntese, o IPCA de 2022 também ficou acima da meta, ou seja, a inflação no período foi de 5,79%. É preciso considerar que o índice de preços e suas variações, compromete o poder de compra da população brasileira, visto que há um aumento, por muitas vezes considerável, no preço dos produtos negociados em todo o país.
Dessa maneira, enquanto a inflação cresce, o salário do trabalhador continua o mesmo, o que pode trazer algumas séries consequências, como o aumento da inadimplência, por exemplo. O Banco Central, na tentativa de frear a pressão inflacionária, utiliza de algumas estratégias, como o aumento da taxa de juros.
O problema é que o aumento da taxa Selic pode ser um remédio para a economia perigoso. Isso se deve ao fato de que o crédito fica mais caro, há uma redução exponencial do consumo, e as empresas fazem menos investimentos. O resultado é uma estagnação ou ainda, um déficit econômico,com graves consequências.
De acordo com especialistas econômicos, em 2023, haverá um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,19%. É uma estimativa maior do que a apresentada pelo relatório Focus, que nesta semana ficou em 2,18%. Em suma, esse índice é utilizado para calcular o desenvolvimento econômico.
Em conclusão, o relatório Focus, além da taxa de juros, apresentou números sobre o dólar, que deve ficar em 2023, em R$5,00. A balança comercial deverá ser de US$63,76 bilhões. O investimento estrangeiro, está estimado em US$79,5 bilhões. Na semana passada esperava-se que ele ficasse em torno de R$78,8 bilhões neste ano.
Com os números e estimativas econômicas apresentados, o mercado financeiro ficou um pouco mais otimista com o desenvolvimento do país, para esse ano. Com uma inflação reduzida, o Banco Central, através do Copom, tem espaço para reduzir a taxa de juros. A Selic tem se mantido em 13,75% já algum tempo, portanto, uma redução é esperada.