O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto trouxe boas notícias para a economia brasileira, mantendo a perspectiva de que a inflação permanecerá dentro do teto da meta estabelecida para o final de 2023. Confira apontamentos importantes para a economia dentro da dinâmica de consumo do fluxo de oferta e demanda atual!
No entanto, isso não altera a visão sobre o ritmo de cortes de juros que se espera para o próximo ano. Entenda os detalhes do IPCA de agosto e as análises de especialistas. Além disso, também confira um ponto de atenção crítico relacionado aos preços dos combustíveis, visto que poderiam impactar a trajetória da inflação.
Em agosto, o IPCA subiu modestamente, registrando um aumento de 0,23% em comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula uma variação de 4,61%, aproximando-se do teto da meta de inflação estabelecida para 2023, que é de 4,75%.
Contudo, lembre-se de que a meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, permitindo que o IPCA fique entre 1,75% e 4,75% para estar dentro da meta.
Especialistas consultados pela CNN expressaram sua visão positiva em relação à inflação e ao cenário econômico em geral. Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores, observou que o IPCA está dentro de uma faixa de variação aceitável, permitindo que se mantenha a expectativa de que a taxa básica de juros, a Selic, continuará caindo.
Em suma, ele prevê uma queda de 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e acredita que o IPCA encerrará o ano com um aumento acumulado de 4,4%. Silveira enfatizou a importância do juro real elevado como um fator de controle de preços, que continuará influenciando a economia nos próximos meses.
Além disso, ele destacou que a taxa de câmbio, que afeta a formação de preços no Brasil, deve ser menor este ano em comparação com 2022, o que contribuirá para conter a inflação.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, compartilhou a visão de que o resultado do IPCA reforça a expectativa de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic na próxima reunião de setembro, bem como cortes semelhantes nas reuniões subsequentes de novembro e dezembro.
Já Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Brasil da Galapagos Capital, mencionou que a expectativa de uma inflação de longo prazo acima de 3% e os riscos externos de aumentos nas taxas de juros justificam a projeção de cortes de 0,5 ponto percentual. Desse modo, apontando que não há razão para acelerar o ritmo de corte de juros com base nos resultados atuais.
Apesar da perspectiva otimista para a inflação, especialistas também destacaram um ponto de atenção crucial relacionado aos preços dos combustíveis. Fabio Silveira alertou que o preço do petróleo está em ascensão e que os preços domésticos dos combustíveis precisam ser monitorados de perto. Já que se esses preços não acompanharem o aumento dos preços internacionais do petróleo, isso pode distorcer os preços da Petrobras e prejudicar a rentabilidade da empresa.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, concordou que a dinâmica dos preços dos combustíveis internacionais em um patamar elevado pode ter um impacto significativo na cadeia de itens do IPCA.
Em suma, ele ressaltou que praticamente tudo o que é consumido pela população depende, em algum momento, do transporte movido a combustíveis, o que torna a evolução dos preços dos combustíveis um fator crítico a ser observado.