Economia

Economia brasileira ENCOLHE levemente em janeiro, revela Banco Central

economia brasileira encolheu 0,04% em janeiro, na comparação com dezembro de 2022. Embora o recuo tenha sido bem leve, já liga o sinal de alerta sobre a atividade econômica do país em 2023, que deverá crescer menos que no ano passado.

Em resumo, a economia do país vem enfrentando dificuldades para se manter em campo negativo nos últimos meses. A saber, a queda em janeiro foi a quinta nos últimos seis meses. No período, o único resultado positivo foi registrado em dezembro, quando a atividade econômica cresceu 0,47%.

Esses dados se referem ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Aliás, os resultados negativos mais recentes indicam que o ano de 2023 deverá ficar marcado por grandes dificuldades para a economia do país.

Confira abaixo o desempenho da economia brasileira nos últimos meses, em comparação ao mês imediatamente anterior:

  • Agosto: -1,51%
  • Setembro: -0,33%
  • Outubro: -0,51%
  • Novembro: -1,13%
  • Dezembro: +0,47%
  • Janeiro: -0,04%

Todos esses números passam por um ajuste sazonal para que haja “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados refletem a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais.

Economia brasileira cresce na base anual

Apesar de ter fechado o primeiro mês de 2023 com um resultado negativo, o desempenho da economia brasileira foi bem diferente na base anual. Em suma, a atividade econômica do país cresceu 3% na comparação com janeiro de 2022. Isso aconteceu devido ao avanço de 2,9% do PIB brasileiro em 2022.

A propósito, o avanço registrado no ano passado foi o terceiro nos últimos quatro anos. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira entre 2019 e 2022, na comparação com o ano anterior:

  • 2019: +1,05%
  • 2020: -4,2%
  • 2021: +4,68%
  • 2022: +2,9%

Nos últimos quatro meses, o único resultado negativo foi registrado em 2020 devido à pandemia da covid-19, que afundou a economia global, levando as maiores nações do planeta a uma recessão econômica. Entre os grandes países, a exceção foi a China, que conseguiu fechar o ano de 2020 com um resultado positivo, apesar de tímido.

No Brasil, o tombo foi o maior desde 1996 e interrompeu uma sequência de três anos de crescimento, período em que a atividade econômica do país acumulou alta de 4,6%. Contudo, de lá para cá, o país vem conseguindo superar as dificuldades, apesar de as estimativas para 2023 serem mais modestas que nos outros anos.

Projeções para a economia brasileira em 2023

Em síntese, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2023, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 0,90%, taxa bem mais tímida que as dos últimos anos.

Isso mostra que a economia do país deverá sofrer uma forte desaceleração neste ano. E o principal fator para isso são os juros elevados, que reduzem significativamente o consumo no país.

Em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve pela quinta vez consecutiva a taxa Selic estável em 13,75% ao ano. Esse é o maior patamar dos juros no país desde novembro de 2016, ou seja, em mais de seis anos.

Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta s Selic, mais altos ficam os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.

A propósito, a inflação estourou a meta no ano passado. Em outras palavras, os preços de bens e serviços subiram mais do que deveriam. E isso também é esperado para este ano. Por isso que o BC segue mantendo os juros em patamar bastante elevado no país para impedir um aumento mais significativo da inflação.

Entenda o indicador do BC

O IBC-Br é uma ‘prévia’ do PIB, ele avalia a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o Banco Central na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.

Em suma, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:

  • Indústria;
  • Comércio e serviços;
  • Agropecuária.

Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.

O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. E o responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga os dados oficiais da economia brasileira.