A economia brasileira encolheu 0,06% em setembro deste ano, na comparação com o mês anterior. Esse dado se refere ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é realizado pelo Banco Central (BC) e foi divulgado nesta sexta-feira (17).
O recuo é o segundo consecutivo e sucede dois meses de alta. Aliás, essa é a quarta vez em que o IBC-Br fecha um mês no campo negativo em 2023, mas vale destacar que o recuo é o mais leve do ano, próximo da estabilidade.
A queda surpreendeu negativamente o mercado, visto que os analistas acreditavam em crescimento de 0,2% da economia brasileira em setembro.
No acumulado do terceiro trimestre de 2023, o IBC-Br caiu 0,64% em relação ao trimestre anterior. No período, o único avanço foi registrado em julho (0,44%), mas a alta não conseguiu reduzir significativamente a queda trimestral.
Em 2023, o IBC-Br vem registrando mais taxas positivas do que negativas. Ainda assim, as quedas continuam aparecendo, como aconteceu em agosto. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira nos últimos meses, em comparação ao mês imediatamente anterior:
Todos esses números passaram por um ajuste sazonal para que houvesse “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados conseguem refletir a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais, conforme as taxas inflacionárias de cada período.
Cabe salientar que o indicador do BC é considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O índice funciona como um sinalizador do que realmente está por vir em relação à atividade econômica do país.
Embora tenha recuado na base mensal, o desempenho da economia brasileira cresceu na comparação anual. Em síntese, a atividade econômica do país cresceu 0,32% na comparação com setembro de 2022. Isso mostra que os dados de 2022 foram mais fracos que os deste ano.
Inclusive, no ano passado, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, em comparação com 2021. Esse foi o terceiro avanço da atividade econômica nos últimos quatro anos. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira entre 2019 e 2022, na comparação com o ano anterior:
Nos últimos quatro anos, o único resultado negativo foi registrado em 2020 devido à pandemia da covid-19, que afundou a economia global, levando as maiores nações do planeta a uma recessão econômica.
No Brasil, o tombo foi o maior desde 1996 e interrompeu uma sequência de três anos de crescimento, período em que a atividade econômica do país acumulou alta de 4,6%. Todavia, de lá para cá, o país vem conseguindo superar as dificuldades, e as projeções para o crescimento do PIB em 2023 estão cada vez mais otimistas.
No acumulado entre janeiro e setembro, o IBC-Br cresceu 2,77%. A taxa é menos expressiva que o avanço registrado no ano passado. Contudo, a expectativa é que haja aceleração do crescimento no último trimestre deste ano e o indicador feche o ano com uma taxa bem semelhante a de 2022.
Em síntese, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2023, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 2,89%, taxa levemente menor que a de 2022 (2,90%).
Vale destacar que as projeções estavam bem menos otimistas no primeiro semestre deste ano. Em suma, os analistas do mercado financeiro estimavam que a economia iria crescer apenas 1,00% em 2023, ou seja, as projeções quase triplicaram nos últimos meses.
Aliás, o governo federal projeta um crescimento ainda mais expressivo do PIB brasileiro em 2023, de 3,2%. Caso isso se confirme, a economia do país deverá crescer ainda mais neste ano, em relação a 2022.
O IBC-Br é considerado a ‘prévia’ do PIB e seu objetivo é avaliar a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o BC na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Na prática, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:
Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa os dados oficiais da economia brasileira.