A economia brasileira cresceu 0,25% em maio, na comparação com o mês anterior. Esse dado se refere ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é realizado pelo Banco Central (BC) e foi divulgado na segunda-feira (15).
O avanço é o segundo consecutivo e sucede um mês de queda. Aliás, essa é a quarta vez em que o IBC-Br fecha um mês no campo positivo em 2024, mas vale destacar que a alta foi mais intensa que a registrada em abril, quando a variação ficou próxima da estabilidade.
Embora tenha avançado novamente, a alta causou certa surpresa ao mercado, visto que os analistas acreditavam em crescimento de 0,30% da economia brasileira em maio. Essa alta projeta se trata de uma mediana das estimativas, que oscilaram entre queda de 0,60% e alta de 0,90%.
Em 2024, o IBC-Br vem registrando mais taxas positivas do que negativas. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira nos últimos meses, em comparação com o mês imediatamente anterior:
Todos esses números passaram por um ajuste sazonal para que houvesse “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados conseguem refletir a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais, conforme as taxas inflacionárias de cada período.
Cabe salientar que o indicador do BC é considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O índice funciona como um sinalizador do que realmente está por vir em relação à atividade econômica do país.
Além de ter avançado na base mensal, o desempenho da economia brasileira foi ainda mais forte na comparação anual. Em síntese, a atividade econômica do país cresceu 1,3% em relação a maio de 2023. Isso mostra que os dados do ano passado foram mais fracos que os deste ano.
Vale destacar que o PIB brasileiro vem apresentando um crescimento firme nos últimos anos, com a predominância de taxas positivas. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira entre 2019 e 2023, na comparação com o ano anterior:
Nos últimos cinco anos, o único resultado negativo foi registrado em 2020 devido à pandemia da covid-19, que afundou a economia global, levando as maiores nações do planeta a uma recessão econômica.
No Brasil, o tombo foi o maior desde 1996 e interrompeu uma sequência de três anos de crescimento, período em que a atividade econômica do país acumulou alta de 4,6%. Todavia, de lá para cá, o país vem conseguindo superar as dificuldades, e as projeções para o crescimento do PIB em 2023 estão cada vez mais otimistas.
No acumulado dos últimos 12 meses até maio deste ano, o IBC-Br cresceu 2,01%. A taxa é menos expressiva que o avanço registrado no ano passado. Aliás, a expectativa é que haja desaceleração do crescimento nos próximos meses e o indicador feche o ano com uma taxa próxima a 2,0% de crescimento, mas os números ainda podem surpreender, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em síntese, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2024, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 2,11%, taxa menor que a de 2023 (2,9%).
Vale destacar que as projeções podem apresentar variações mais intensas ao longo do ano, a depender dos problemas que surgirem no país, bem como da resposta que o Brasil dará a estas questões. Portanto, as estimativas atuais não permanecerão necessariamente iguais até o final do ano.
Por sua vez, o governo federal projeta um crescimento um pouco mais expressivo do PIB brasileiro em 2024, de 2,2%. O percentual de avanço é o mesmo que o estimado pelo Fundo Monetário Internacional, cuja divulgação ocorreu nesta semana.
O IBC-Br é considerado a ‘prévia’ do PIB e seu objetivo é avaliar a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o BC na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Na prática, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:
Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa os dados oficiais da economia brasileira.