Economia

Economia: 2023 deve ser um ano de baixo crescimento do PIB (entenda!)

O Relatório Focus, publicação do Banco Central online da semana passada, apresentou uma estimativa de baixo crescimento para o ano que vem. Espera-se que o Produto Interno Bruto brasiliero (PIB) apresente uma alta de apenas 0,75% em 2023. Deve-se observar que são várias as causas para esta situação.

De fato, o mercado tem apresentado números negativos já no 3º trimestre. No período, o PIB teve uma alta de apenas 0,4% após um grande ciclo de crescimento exponencial em 12 meses. Os juros da taxa básica da economia estão altos, o que acaba por influenciar na atividade econômica do país.

Isso se deve ao fato de que há uma grande restrição relacionada à obtenção de crédito, o que gera poucos investimentos das empresas brasileiras. Há também questionamentos relacionados às contas do governo, além das crises internacionais que acabam por influenciar no PIB nacional.

Uma economia com um cenário de desaceleração e uma previsão de baixa pode gerar inúmeros problemas, como uma redução no número de vagas de emprego, pouco consumo das famílias, deteriorando a economia brasileira. Aliás, a fuga de investimentos do país também ajuda na redução da atividade econômica.

Cenário econômico

Como a economia vem apresentando números positivos, porém mais próximos à estagnação, crescendo bem menos que o esperado, a criação de novos postos de trabalho tem seu ritmo reduzido. Há também o fato de que a pressão inflacionária tem agido sobre o bolso dos brasileiros, que acabam consumindo menos.

Vale ressaltar que a alta da taxa básica dos juros da economia (Selic), dada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, está em 13,75% ao ano. O objetivo é o de controlar a inflação, levando-a a patamares mais baixos. Ou seja, os juros sobem para influenciar o índice de preços.

Por um lado há um controle relacionado ao preço de produtos negociados em território nacional. Do outro, a taxa Selic alta, faz com que a economia cresça menos, porque ao subir os juros, o crédito disponível no mercado fica mais caro, e como as pessoas consomem menos, setores da economia ficam prejudicados.

A indústria como um todo é afetada, visto que as vendas de produtos como eletrodomésticos, por exemplo, é prejudicada, influenciando também na contratação de novos trabalhadores. De fato, até o salário real dos profissionais sofre um grande desgaste neste cenário econômico de estagnação. 

O que esperar de 2023

Pode até haver um maior número de contratações, mas com um salário um pouco menor. As dívidas da população também cresce exponencialmente, por causa dos juros altos. Dessa maneira, as famílias brasileiras seguem sofrendo as consequências de um baixo crescimento econômico.

É importante observar que os setores econômicos do país sofrem com a baixa do PIB de maneiras singulares. A demanda de produtos no mercado interno, principalmente às relacionadas a bens duráveis, é afetada, reduzindo o consumo das famílias, principalmente por conta do encarecimento do crédito.

Os investimentos, principalmente da indústria nacional, devem também ficar estagnados. O consumo de serviços também deve apresentar um quadro desfavorável em 2023, já que houve um crescimento da demanda após a crise david-19, o que não deve acontecer no ano que vem.

Em relação ao agronegócio, o setor apresentou números negativos relacionados à quebra de safra da soja, que ocorreu em alguns estados da Federação. Espera-se que o ano que vem seja um pouco melhor. O setor de construção civil também deve crescer devido a investimentos em programas habitacionais.

PIB nacional

O Brasil deve apresentar um crescimento menor no ano que vem. aContudo, ele não está sozinho em relação ao cenário internacional. A média mundial para a alta do PIB em 2023 é de cerca de 2,7%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2022, o crescimento projetado é de 3,2%.

Os números refletem nas exportações brasileiras que podem ser afetadas por causa de um menor crescimento mundial, visto que os países tendem a comprar menos. o comércio global acaba por ficar reduzido. Dos 10 maiores países compradores de produtos nacionais, 8 deverão apresentar uma alta pequena ou até uma recessão.

Deve-se observar que a alta da inflação e dos juros também afetam estas economias. Portanto, a exportação de commodities e produtos manufaturados poderá sofrer uma retração, devido à baixa procura por produtos brasileiros no mercado internacional, influenciando no PIB de 2023.