Pesquisa feita pela Famivita estudou o impacto da pandemia entre as mães brasileiras. A pesquisa concluiu que os efeitos da pandemia no mercado de trabalho para mulheres são mais cruéis, e ainda mais cruéis com as que têm filhos pequenos.
De acordo com a pesquisa, 52% das mães brasileiras perderam renda durante o período de isolamento social. Além disso, 39% das mães perderam o emprego. Esse índice inclui as trabalhadoras informais.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, a última quinzena de março teve sete milhões de mulheres abandonando o mercado de trabalho. A última quinzena de março é o período em que a quarentena foi iniciada no Brasil. Esse número representa dois milhões de mulheres a mais do que o número de homens na mesma situação.
De acordo com Bruno Ottoni, especialista do iDados e pesquisador associado do FGV-IBRE, ao jornal Extra, as mulheres são mais demitidas e também encontram mais dificuldades para procurar uma vaga. Isso acontece porque a maioria das mulheres precisa dedicar tempo maior aos cuidados do lar e à família, quando comparado aos homens. Com escolas e creches fechadas, na maioria das vezes os cuidados das crianças ficam por conta das mulheres.
A informalidade também é maior entre as mulheres. Segundo a pesquisa, o percentual de homens sem carteira assinada é de 31,4%. De mulheres, 39,7%.