A aguardada primeira fase do Drex, a moeda virtual que está sendo desenvolvida para equivaler ao real brasileiro, sofreu um revés com o anúncio de um adiamento significativo.
A demora na inclusão de participantes e questões relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) têm sido fatores determinantes nesse atraso. Entenda os motivos por trás desse adiamento, suas implicações e os desafios enfrentados pelo Banco Central (BC) na realização deste ambicioso projeto tecnológico.
O coordenador do Drex no Banco Central (BC), Fabio Araujo, anunciou que a primeira fase do Drex será adiada para maio de 2024. Assim, representando um atraso de três meses em relação ao cronograma original.
Inicialmente, o término da etapa de testes estava programado para fevereiro do próximo ano. Esse adiamento se deve, em grande parte, à demora na inclusão dos participantes e a desafios relacionados à LGPD.
Contudo, a inclusão dos participantes na rede do Drex está ocorrendo de forma mais lenta do que o previsto. Fabio Araujo admitiu que a execução do cronograma enfrentou obstáculos, particularmente na tarefa de integrar as pessoas à plataforma.
Certamente, isso está diretamente relacionado à preocupação com a preservação da privacidade dos usuários, que se tornou um desafio considerável no desenvolvimento da solução tecnológica.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma das principais preocupações que estão impactando o cronograma do Drex. O Banco Central está trabalhando para garantir que todas as medidas necessárias estejam em vigor para proteger os dados pessoais dos usuários da moeda virtual.
No entanto, a seleção da tecnologia adequada para garantir a privacidade tem se mostrado um desafio complexo. Fabio Araujo revelou que o processo de escolha da tecnologia de proteção da privacidade tem sido demorado. Pois a maturidade das opções disponíveis ainda não atende ao nível necessário para a conformidade com a LGPD.
A necessidade de garantir que os testes de privacidade sejam conduzidos de maneira adequada tem impactado o cronograma, levando ao adiamento da primeira fase do Drex para maio de 2024.
Apesar dos desafios enfrentados, o coordenador do Drex reiterou sua estimativa de que a moeda virtual estará disponível para os cidadãos até o final de 2024 ou início de 2025. Entretanto, o BC está comprometido em superar as dificuldades e garantir que a solução tecnológica seja robusta, segura e em conformidade com as regulamentações aplicáveis.
O Drex, anteriormente conhecido como real digital, tem um nome que reflete suas características. Isso porque cada letra do nome “Drex” representa uma parte importante da moeda virtual.
Desse modo, o “D” significa digital, o “R” representa o real, o “E” simboliza eletrônico, e o “X” traz a ideia de modernidade e conexão, além de fazer uma conexão com o sistema de transferência instantânea Pix, lançado em 2020.
A escolha da plataforma Hyperledger Besu para a realização dos testes com ativos diversos demonstra uma abordagem de código aberto (open source) no desenvolvimento do Drex. Essa plataforma foi selecionada devido aos seus baixos custos de licença e royalties de tecnologia, o que promove uma maior acessibilidade e colaboração entre os desenvolvedores.
Certamente, o atraso na primeira fase do Drex, causado pela demora na inclusão de participantes e desafios relacionados à LGPD, ressalta a complexidade e os desafios enfrentados na criação de uma moeda virtual que cumpra com as exigências tecnológicas e regulatórias.
No entanto, o Banco Central está trabalhando diligentemente para garantir a qualidade, segurança e conformidade do Drex, redefinindo expectativas de lançamento e assegurando que a moeda virtual seja um passo significativo rumo ao futuro financeiro do Brasil.