Nesta quinta (28), o governador de São Paulo, João Doria, disse que estados e municípios brasileiros têm prioridade para receber o lote da CoronaVac, caso o governo federal não exerça a opção de compra das 54 milhões de doses adicionais previstas em contrato.
O Ministério da Saúde já adquiriu 46 milhões de doses do imunizante e ainda não manifestou interesse em comprar as doses adicionais da vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech e de responsabilidade do Instituto Butantan no Brasil.
“Caso o Ministério da Saúde não confirme a compra das 54 milhões de doses adicionais da vacina do Butantan, determinei ao Instituto que forneça estas vacinas prioritariamente aos Estados e Municípios do Brasil. O País tem pressa em salvar vidas. E nós em vacinarmos os brasileiros”, postou o governador em rede social.
Antes de Doria se manifestar nas redes sociais, o Instituto Butantan disse que esperava “o quanto antes” uma resposta do Ministério da Saúde sobre a aquisição das doses adicionais da CoronaVac.
“O Instituto Butantan informa que enviou, por meio de sua entidade de apoio —Fundação Butantan—, ofício ao Ministério da Saúde para que possa planejar logisticamente a sua produção com a devida antecedência. Durante a urgência de uma pandemia, não é possível se limitar à frieza da burocracia enquanto as ações de combate ao coronavírus podem ser mais ágeis”, disse o Instituto, em nota.
O comunicado do Butantan foi uma reação à nota do Ministério da Saúde divulgada na quarta (27), em que o ministério diz que tem até 30 de maio para manifestar interesse na aquisição das doses extras.
Em reação à demora na resposta do Ministério da Saúde, o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, chegou a afirmar que há países latino-americanos interessados em comprar até 40 milhões de doses da CoronaVac. Apesar disso, o Instituto diz que a prioridade é o abastecimento interno.
“O Instituto espera que o Ministério se manifeste o quanto antes mantendo o seu compromisso de aquisição de 100 milhões de doses. A prioridade do Butantan é e sempre foi atender à demanda brasileira pela vacina contra o novo coronavírus”, diz a nota.
Embora a prioridade seja o mercado interno, o Butantan não descarta a possibilidade de exportar doses da CoronaVac. O Instituto deve receber insumos para a fabricação da vacina no dia 03 de fevereiro e tem capacidade para entregar 8,6 milhões de doses em 20 dias.
“Esses países estão cobrando o cronograma e dependemos da resposta do Ministério. Não havendo manifestação, vamos dirigir a produção para atender os países, inclusive com a possibilidade de aumentar a oferta de vacinas, já que a demanda é grande”, disse Dimas Covas.