Economia

Dólar opera em FORTE QUEDA, cotado abaixo de R$ 4,90

O dólar está operando em forte queda nesta sexta-feira (3), após decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sobre juros. A moeda norte-americana caiu para abaixo de R$ 4,90, refletindo o otimismo dos investidores e marcando o primeiro pregão após a decisão do Copom.

Na véspera (2), foi feriado de Finados e, por isso, não houve negociação no mercado de câmbio no Brasil. Hoje (3), a repercussão da nova redução dos juros no país está derrubando a divisa americana para um patamar que não era visto há mais de um mês.

Por volta das 13h, o dólar caía 1,75%, cotado a R$ 4,8862. Esse é o menor patamar desde 20 de setembro, quando a moeda encerrou o pregão cotada a R$ 4,88. Aliás, caso a divisa despenque ainda mais na sessão, poderá atingir o menor patamar em um intervalo ainda maior.

Dólar tomba após decisão do Copom sobre taxa de juros no Brasil. Imagem: Agência Brasil.

Ibovespa dispara no pregão

Ao mesmo tempo, o Ibovespa, que é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, estava subindo 2,41%, aos 117.821 pontos. Esse resultado também mostra o quanto os investidores estavam em busca de ativos de risco, e a bolsa brasileira se beneficiava com a redução dos juros.

Cabe salientar que os juros elevados aumentam a rentabilidade da renda fixa, atraindo mais investidores. Isso acaba derrubando o Ibovespa, pois muitas pessoas retiram seus capitais da renda variável para alocá-lo na fixa.

Quando ocorre o contrário e os juros caem, a rentabilidade da renda fixa também perde força. Vale destacar que a renda variável não fica mais rentável, mas apenas que os ganhos da fixa ficam menores. Diante disso, muitos investidores voltam a alocar recursos na bolsa brasileira, por exemplo, visando mais rentabilidade.

Decisão do Copom anima mercado

Todos os dados positivos estão acontecendo por causa da decisão do Copom, anunciada na última quarta-feira (1º). Em suma, o comitê reduziu pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa de juros do país caiu de 12,75% para 12,25% ao ano.

O corte de meio ponto percentual era esperado pelo mercado, que também projeta uma nova redução de mesma magnitude em dezembro, na última reunião de 2023 do Copom. A propósito, os cortes seguidos dos juros no Brasil indicam que a política monetária menos contracionista está funcionando, pois segue limitando o avanço da inflação, mesmo com a redução dos juros.

A saber, a taxa Selic tem como principal função limitar o avanço da inflação no Brasil. Quanto mais alta ela estiver, mais elevados ficam os juros, no geral, como o imobiliário e o bancário. Isso acontece para que o poder de compra do consumidor fique reduzido e, assim, haja um enfraquecimento na demanda por produtos e serviços.

Isso pode parecer estranho, mas os analistas dizem que o aumento dos juros é um “remédio amargo” para conter a inflação. Em síntese, quanto menor a demanda, menores tendem a ser as variações nos preços. Aliás, o Copom eleva os juros, pois o BC deve agir para atingir a meta da inflação estabelecida em cada ano para o Brasil.

Em 2023, a meta central da inflação é de 3,25%, mas a taxa pode variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, caso a inflação varie entre 1,75% e 4,75% em 2023, ela terá sido formalmente cumprida.

Como a taxa inflacionária vem desacelerando nos últimos meses, o BC passou a reduzir os juros, e o resultado tem se mostrado muito positivo, já que a inflação não voltou a ganhar força no país. Por isso que o dólar está caindo, enquanto o Ibovespa segue em forte alta no dia.

Fed mantém juros inalterados nos EUA

Na quarta-feira (1º), o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, também anunciou sua decisão sobre os juros no país. Em resumo, a maior economia do planeta seguiu com a taxa de referência dos juros inalterada, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano.

A decisão também veio em linha com as estimativas do mercado. No entanto, o Fed anunciou sua decisão à tarde da quarta-feira, ou seja, a decisão ainda repercutiu naquele dia. Isso não aconteceu em relação ao Copom, que só anunciou a decisão após às 18h, quando o pregão já havia chegado ao fim.

Como na véspera (2) não houve negociação devido ao feriado nacional, a repercussão da decisão do Copom, que animou o mercado, derrubou o dólar e impulsionou o Ibovespa na sessão. Resta aguardar para ver se essa movimentação continuará assim até o final do dia.