O dólar iniciou a semana em leve alta, com investidores esperando a divulgação de dados econômicos no decorrer da semana. O mercado também analisou as novas estimativas dos analistas do mercado financeiro em relação aos principais indicadores econômicos do país.
Na sessão de hoje (27), o dólar subiu 0,02% e encerrou o dia cotado a R$ 4,8992. O avanço foi muito leve, considerado até mesmo estabilidade, porque não houve muitos fatos impactantes durante o dia para pressionar a moeda americana, seja para cima, seja para baixo. Aliás, a divisa passou boa parte do pregão oscilando entre altas e baixas.
Em novembro, o dólar acumula uma queda firme de 2,81%. O resultado sucede as altas de agosto (4,68%), setembro (1,55%) e outubro (0,28%), e mostra que a desaceleração observada nos últimos meses culminou na queda em novembro, ao menos até agora.
Já no acumulado de 2023, a divisa tem um recuo ainda mais intenso, de 7,18% no ano. Inclusive, a queda anual chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo boa parte das perdas.
Nesta segunda-feira (27), o pregão ficou marcado pela expectativa em relação a novos indicadores econômicos no Brasil e no mundo. No âmbito doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará nesta semana o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro, que é a prévia da inflação.
Além disso, o IBGE também deverá informar na quinta-feira (30) os números mais recentes do desemprego no Brasil. Em suma, ambos os indicadores são muito importantes para o Brasil e têm o poder de impulsionar o dólar ou derrubá-lo.
O dia também ficou marcado pela repercussão das novas projeções de analistas do mercado financeiro em relação a indicadores econômicos do Brasil. Os analistas projetaram pela sétima semana consecutiva uma taxa inflacionária dentro da meta estabelecida para 2023.
De acordo com o boletim Focus, as estimativas apontaram para uma inflação de 4,53%, dentro do limite para a meta neste ano. Por falar nisso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu para 2023 uma meta central de 3,25% para a inflação no país.
A taxa pode variar entre 1,75% e 4,75%, pois a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Por sua vez, os analistas do mercado financeiro reduziram as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 2,85% para 2,84%. O crescimento do PIB do Brasil deverá se manter próximo ao avanço registrado no ano passado (2,90%), mas as projeções vêm perdendo força nas últimas semanas, apesar de continuarem positivas.
Na semana passada, o mercado repercutiu a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de vetar a desoneração da folha de pagamento. Em síntese, o presidente vetou integralmente o projeto que prorroga a desoneração de 17 setores da economia brasileira.
O texto do projeto possibilita às empresas a substituição da contribuição previdenciária por uma alíquota sobre a receita bruta do empreendimento. A saber, a contribuição previdenciária tem uma alíquota de 20% sobre os salários dos empregados. Por sua vez, a receita bruta do empreendimento possui uma alíquota que varia de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e serviço prestado.
Caso o presidente Lula aprovasse o projeto, a regra ficaria em vigor no Brasil até 31 de dezembro de 2027. Aliás, o texto recebeu aprovação de ampla maioria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, e acabou pegando os parlamentares de surpresa. Agora, os líderes partidários se mobilizam para derrubar o veto do presidente.
No início de novembro, o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, decidiu manter a taxa de referência dos juros inalterada no país, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão veio em linha com as estimativas do mercado, e os analistas acreditam que o Fed manterá os juros estáveis até meados de 2024, quando começará a reduzir a taxa no país.
Nesta semana, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed divulgou a ata da última reunião da entidade. Em síntese, o documento mostrou que o Fed poderá ter uma abordagem mais cautelosa em relação aos juros nos EUA.
Contudo, a ata também mostrou que as autoridades poderão aumentar os juros no país caso os dados econômicos demonstrem que a taxa de juros não está limitando suficientemente a inflação norte-americana.
A saber, a taxa de juros nos EUA está no nível mais elevado em mais de duas décadas. Mesmo que o Fed venha mantendo a taxa estável nos últimos encontros, isso não é totalmente positivo para a população, já que o patamar continua muito alto, afetando a economia do país.
Os especialistas entendem que o Fed está bastante dependente dos dados para tomar qualquer decisão. Portanto, os dados mais fracos da inflação nos EUA, divulgados na semana passada, animaram os investidores, que deixaram o dólar de lado.