O dólar iniciou a semana em queda, com investidores repercutindo as decisões tomadas pelos bancos centrais na semana passada em relação aos juros. O mercado também analisou as novas estimativas dos analistas do mercado financeiro em relação aos principais indicadores econômicos do país.
Na sessão de hoje (6), o dólar caiu 0,16% e encerrou o dia cotado a R$ 4,8873. Esse é o menor patamar desde 20 de setembro, quando a moeda encerrou o pregão cotada a R$ 4,88, ou seja, em um mês e meio.
Vale destacar que a queda do dólar foi a quarta consecutiva. A última vez que a moeda americana subiu foi no pregão do dia 30 de outubro, mas, desde então, a divisa só fez cair, aliviando o mercado de câmbio.
Em novembro, o dólar acumula uma queda firme de 3,04%. O resultado sucede as altas de agosto (4,68%), setembro (1,55%) e outubro (0,28%), e mostra que a desaceleração observada nos últimos meses culminou na queda em novembro, ao menos até agora.
Já no acumulado de 2023, a divisa tem um recuo ainda mais intenso, de 7,40% no ano. Inclusive, a queda anual chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo boa parte das perdas.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa de juros do país caiu de 12,75% para 12,25% ao ano.
O corte de meio ponto percentual era esperado pelo mercado, que também projeta uma nova redução de mesma magnitude em dezembro, na última reunião de 2023 do Copom.
A propósito, os cortes seguidos dos juros no Brasil indicam que a política monetária menos contracionista está funcionando, pois continua limitando o avanço da inflação, mesmo que os juros estejam diminuindo.
A saber, a taxa Selic tem como principal função limitar o avanço da inflação no Brasil. Quanto mais alta ela estiver, mais elevados ficam os juros, no geral, como o imobiliário e o bancário. Isso acontece para que o poder de compra do consumidor fique reduzido e, assim, haja um enfraquecimento na demanda por produtos e serviços.
Em síntese, quanto menor a demanda, menores tendem a ser as variações nos preços. Aliás, o Copom eleva os juros, pois o BC deve agir para atingir a meta da inflação estabelecida em cada ano para o Brasil.
Em 2023, a meta central da inflação é de 3,25%, mas a taxa pode variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, caso a inflação varie entre 1,75% e 4,75% em 2023, ela terá sido formalmente cumprida.
Como a taxa inflacionária vem desacelerando nos últimos meses, o BC passou a reduzir os juros, e o resultado tem se mostrado muito positivo, já que a inflação não voltou a ganhar força no país. Por isso que o dólar está caindo, enquanto o Ibovespa segue em forte alta no dia.
Na quarta-feira (1º), o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, também anunciou sua decisão sobre os juros no país. Em resumo, a maior economia do planeta seguiu com a taxa de referência dos juros inalterada, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão também veio em linha com as estimativas do mercado.
Cabe salientar que o Fed anunciou sua decisão na tarde da quarta-feira, ou seja, o mercado ainda repercutiu a manutenção dos juros naquele pregão. Contudo, isso não aconteceu em relação ao Copom, que só anunciou a decisão após às 18h, quando o pregão já havia chegado ao fim.
Como não houve negociação no dia 2 de novembro devido ao feriado do Dia de Finados, a repercussão da decisão do Copom, que animou o mercado, derrubou o dólar e impulsionou o Ibovespa na sexta-feira (3).
Nesta segunda-feira (6), não houve divulgação de dados econômicos relevantes. Por isso, os investidores continuaram repercutindo a decisão dos bancos centrais. O mercado também está atento ao calendário desta semana, quando deverá ocorrer a divulgação dos dados mais recentes da inflação no Brasil e nos EUA.
Por fim, o dia também ficou marcado pela repercussão das novas projeções de analistas do mercado financeiro em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em suma, os analistas projetaram pela quarta semana consecutiva uma taxa inflacionária dentro da meta estabelecida para 2023.
De acordo com o boletim Focus, as estimativas apontaram para uma inflação de 4,63%, dentro do limite para a meta neste ano. Por falar nisso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu para 2023 uma meta central de 3,25% para a inflação no país.
A taxa pode variar entre 1,75% e 4,75%, pois a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.