Economia

Dólar anda de lado e fecha dia perto da estabilidade, cotado a R$ 4,98

Após três altas consecutivas, o dólar deu uma pausa e andou de lado no pregão desta quarta-feira (16). A moeda norte-americana interrompeu a sequência de alta, dando um alívio para o mercado de câmbio, mas a variação foi tão leve que ficou perto da estabilidade.

No pregão de hoje, o dólar teve uma leve queda de 0,01% e encerrou o dia cotado a R$ 4,9863. No mês, a divisa ainda acumula ganhos de 5,44% em agosto, visto que o recuo registrado no dia foi bem leve.

Contudo, o dólar segue com uma queda firme de 5,53% em 2023, ou seja, nem mesmo os avanços significativos registrados em agosto conseguiram eliminar toda a perda registrada nos meses anteriores. Aliás, a divisa chegou a cair 12% no ano, mas vem recuperando as perdas nos pregões de agosto.

Juros nos Estados Unidos

Na sessão desta quarta-feira (16), os analistas ficaram atentos à ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Em suma, o documento mostrou que o Fed não descartou a possibilidade de aumento dos juros na próxima reunião.

Esse dado foi preocupante, pois os analistas já estavam tomando como certa a manutenção da taxa de juros no país, que está no maior nível em mais de 20 anos. Atualmente, a taxa de juros norte-americana está entre 5,25% e 5,50%, e o mercado voltou a ficar apreensivo em relação à próxima reunião do Fed.

Quanto mais altos estão os juros, mais fraca tende a ficar a atividade econômica do país. Isso acontece porque os juros elevados reduzem o poder de compra do consumidor, limitando a economia.

Como a ata do Fed revelou que a entidade não descarta uma nova elevação dos juros, o temor de uma recessão na maior economia do mundo aumentou as preocupações internacionais.

China poderia ser o “remédio”

A saber, o mercado vinha torcendo para que a China fosse o “remédio” para a desaceleração econômica dos EUA, mas isso não está acontecendo. Em suma, os analistas acreditavam que o fim da política de “covid zero”, que limitava a economia chinesa, poderia resultar em um crescimento significativo da segunda maior economia do mundo.

Entretanto, o país asiático não vem apresentando dados econômicos tão positivos assim. Por isso, as preocupações agora estão mais fortes em relação à recessão de ambos os países, o que provocaria um efeito domino, visto que estas são as maiores economias do planeta. Os dados da China até indicam crescimento econômico em 2023, mas em um ritmo bem mais lento que o desejado.

Cabe salientar que Pequim anunciou um corte de juros, mas isso não agradou o mercado. Em síntese, a redução dos juros objetiva impulsionar a economia local, aumentando o poder de compra do consumidor. Assim, a decisão de Pequim foi preocupante, pois a adoção de mais estímulos pode sugerir uma desaceleração ainda mais forte que o esperado.

Preocupações com o exterior continuam fortalecendo o dólar. (Imagem: Agência Brasil).

Cenário doméstico está mais favorável

Ao considerar apenas o mercado doméstico, o dólar até poderia ter caído nas últimas sessões. Isso porque, no início de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar os juros em 0,50 ponto percentual (p.p.).

Com isso, a taxa Selic caiu de 13,75% para 13,25% ao ano, surpreendendo o mercado, cujo consenso geral dos analistas indicava queda de 0,25 p.p. A propósito, o corte de juros é muito positivo para a renda variável, como o mercado de câmbio e o acionário, pois tira atratividade da renda fixa. Entretanto, as preocupações vindas do exterior não estão permitindo taxas positivas nos últimos dias.

Nesta quarta-feira (16), a entrada em vigor dos reajustes promovidos pela Petrobras sobre os preços da gasolina e do diesel também atraíram os investidores, pois mostra que a empresa não está controlada pelo governo federal, que desejava o congelamento dos preços para não impulsionar a inflação no país.

Bolsa Brasileira cai pela 12ª sessão consecutiva

Não tem jeito! O mês de agosto de 2023 está marcado na história da Bolsa de Valores Brasileira, ao menos na parte negativa. Nesta quarta-feira (16), o Ibovespa, indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, caiu pela 12ª vez consecutiva.

Essa é a maior série de quedas em toda a história do Ibovespa. Antes dessa marca negativa, a sequência mais longa de quedas havia sido registrada em fevereiro de 1984, ou seja, há quase 40 anos. À época, o indicador caiu durante 11 pregões seguidos.

Na sessão de hoje, o Ibovespa fechou o dia em queda de 0,50%, a 115.592 pontos. Cabe salientar que, apesar de acumular 12 quedas consecutivas, o indicador registra uma perda de “apenas” 5,21% no mês. A variação é considerada pequena para tantos recuos assim. Aliás, no acumulado de 2023, o Ibovespa ainda conserva ganho de 5,33%, número que já chegou a superar 12%.

No pregão de hoje, 66 das 85 ações listadas no Ibovespa caíram, evidenciando a disseminação das quedas na sessão. A queda do indicador só não foi mais forte graças às ações da Petrobras, que respondem por 12% da carteira teórica e subiram entre 2,20% e 2,95% na sessão.