‘Quem gasta R$ 1,5 trilhão pode pagar’, diz economista sobre auxílio

O economista Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para a América Latina do Goldman Sachs, está otimista com a recuperação da economia do Brasil este ano. Ainda assim, ele afirma que a maior parte do avanço de 3,5% a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) é apenas estatístico. “Não se trata de um crescimento genuíno. O país ainda está correndo atrás do prejuízo”, disse ele, de acordo com o Estado de Minas.

De acordo com o economista, a economia do Brasil chegou a ensaiar uma retomada em V no terceiro trimestre de 2020. Por causa dessa recuperação mais forte, houve carregamento estatístico próximo de 3% no PIB de 2021. Para ele, o primeiro trimestre desse ano terá queda da atividade. Além disso, se reformas estruturais não forem feitas, o Brasil deve voltar a apresentar taxas de crescimento ruins a partir de 2022.

Ramos afirma que o retorno do auxílio emergencial é importante, já que o Brasil está vivendo sua segunda onda da pandemia do novo coronavírus, que, de acordo com ele, está “bastante intensa”. O economista aconselha que sejam adotadas medidas de corte de gastos para abrir espaço fiscal para o auxílio.

“Eu me recuso aceitar que um país que gasta R$ 1,5 trilhão por ano não tenha onde cortar, que todo o gasto é muito eficiente e que todo gasto é muito bem alocado. Certamente, não é o caso, mas é, claramente, uma batalha política e é necessário investir o capital político para comprar essa briga”, disse Alberto Ramos.

O governo brasileiro já cogita voltar com o auxílio. Dessa vez, o programa deve pagar até quatro parcelas de R$ 200 para um número menor de beneficiários.

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