Pesquisa indica que auxílio emergencial é insuficiente para manter trabalhador em casa

Pesquisa comparou beneficiários com brasileiros que não recebem auxílio mas cumprem aos critérios

De acordo com estudo feito por pesquisadores acadêmicos do Brasil e exterior, o auxílio emergencial de R$ 600 não é suficiente para proteger os beneficiários do risco de contágio do novo coronavírus. O auxílio, que foi criado para ajudar trabalhadores vulneráveis e de baixa renda, é insuficiente para mantê-los em casa.

O benefício foi criado no início da pandemia do novo coronavírus, para socorrer os trabalhadores informais, autônomos, desempregados e microempreendedores individuais (MEIs) durante a crise econômica.

A recente pesquisa foi feita com 1.654 moradores de oito capitais do Brasil. A conclusão da pesquisa foi que os beneficiários do auxílio saíram de casa com a mesma frequência de brasileiros que não fizeram parte do programa, se expondo a ser contaminado pelo coronavírus, algumas vezes desnecessariamente.

A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 27 de maio por telefone. Nessa época, a maioria das cidades brasileiras ainda adotava medidas de quarentena e distanciamento social para conter o aumento do contágio. Foram entrevistadas pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Goiânia.

Para chegar à conclusão, foram comparados os beneficiários do auxílio com quem não se cadastrou no programa e atendia aos critérios. Os beneficiários saíram de casa, em média, 3,51 vezes nos 14 dias anteriores à pesquisa. O grupo de não-beneficiários que atendiam aos critérios saiu numa média de 3,43 vezes no mesmo período.

Ainda de acordo com a pesquisa, beneficiários do auxílio emergencial saíram principalmente para fazer compras e para ir ao banco. Também foram registradas saídas para atividades não essenciais, como visitar a família e amigos. Os não-beneficiários saíram principalmente para se descolar para o trabalho e praticar esportes.

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