Aumento de casos de covid-19 pressiona governo por volta do auxílio emergencial

O governo de Bolsonaro já está cogitando o retorno do auxílio emergencial. A equipe econômica admite que pode ser necessário dar alguma ajuda financeira aos trabalhadores informais no cenário de aumento de casos de covid-19 pelo Brasil. De acordo com o Money Times, ao menos três pessoas da equipe confirmaram essa possibilidade.

Já é considerado quase inevitável aumentar os gastos públicos para combater os impactos do aumento de casos na pandemia. De acordo com as três pessoas, já está ficando claro que está acontecendo uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus no Brasil. As três pessoas pediram anonimato, pois essas discussões ainda acontecem no privado.

Além disso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viu sua popularidade cair em dezembro, após o fim do auxílio emergencial. Isso também pode reforçar as pressões sobre o Ministério da Economia para a volta do programa. O Ministério da Economia não comentou o assunto.

As medidas de combate à covid-19 tiveram forte impacto sobre as contas públicas do Brasil. A dívida do país foi de mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) e o déficit fiscal bateu a marca de R$ 832 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia. A preocupação com a sustentabilidade fiscal faz com que investidores dificultem a rolagem da dívida do Tesouro quando escolhem comprar títulos de curto prazo.

Paulo Guedes, ministro da Economia, pediu voto de confiança aos mercados para voltar com a agenda estrutural do Brasil, avançando nas reformas fiscal e tributária, respeitando o teto de gastos e os limites das despesas extraordinárias relacionadas à pandemia. Entretanto, Paulo Guedes admitiu que uma segunda onda da pandemia pode mudar os planos.

Mas, por enquanto, o Ministério da Economia evita se comprometer com mais gastos, afirmando que a economia brasileira está se recuperando em forma de V e que o auxílio emergencial não é necessário em 2021, já que não há restrições que impedem os trabalhadores de conseguirem renda. Essa percepção começou a mudar apenas depois de Manaus ter surto de casos de covid-19, deixando hospitais sem leitos e oxigênio.

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