Educação

Dicas para o ENEM: Como nunca mais errar a vírgula

Tida por algumas pessoas como a maior vilã na hora de escrever, a vírgula é um assunto que causa dor de cabeça em muitos estudantes. Entretanto, ela não é tão complicada como parece.

Assim, caso você esteja estudando para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e tenha dúvidas sobre o uso desta pontuação, está lendo o artigo certo. 

A partir de agora, você entenderá o que é e como funciona a vírgula. Além disso, conhecerá algumas observações em relação ao uso desse sinal gráfico. 

O que é a vírgula?

Antes de mais nada, é preciso entender o que é a vírgula. De acordo com o site Educa+ Brasil, ela é uma pontuação usada para impedir ambiguidades, separar expressões de uma frase ou enfatizar algo. Isto é, sua utilização vai além de apenas uma pausa rítmica.

O mais importante de toda essa explicação é que a vírgula não é um recurso da fala e sim da escrita. Dentre as funções principais do sinal gráfico, estão a separação de elementos:

  • de adjuntos adverbiais de tempo, lugar e modo;
  • de orações independentes;
  • que podem ser listados;
  • de explicações que estão no meio da frase.

De modo geral, o uso da vírgula pode ser pode ser obrigatório, facultativo ou inexistente. Entretanto, como em muitos outros assuntos da Língua Portuguesa, também há exceções.

Casos em que ocorre a vírgula

A princípio, usa-se a vírgula para:

  • separar apostos (explicativos ou de oração) e vocativos – “Meu Deus, (vocativo) o que você fez?” / “É aqui, nesta cidade maravilhosa, onde nasci”;
  • separar um adjunto adverbial (antecipado ou intercalado) – “Certo dia, escorreguei na rua” / “Um dia, durante o jantar, uma árvore caiu em cima do carro”;
  • isolar conjunções intercaladas – “Uma vez, porém, o homem pôs-se a clamar ao rei”;
  • isolar expressões continuativas, corretivas ou explicativas: isto é, por exemplo, ou seja, aliás, entre outros – “O preço da gasolina está alto, ou melhor, absurdo;
  • apartar topônimos (nomes próprios de lugar) seguidos de data – “Rio de Janeiro, 01 de janeiro de 2021”;
  • separar vários termos coordenados em enumeração – “João foi à feira e comprou maçã, banana, pêra, uva, laranja, peixe e pastel.”;
  • indicar a supressão (elipse) de um verbo por estar implícitos na frase – “O mulher vestiu-se socialmente; a homem, como se estivesse em casa” (o verbo “vestir” foi mencionado antes);
  • separar orações coordenadas assindéticas – “Calado eu estava, calado fiquei”;
  • separar orações coordenadas sindéticas iniciadas por conjunção adversativa, alternativa, conclusiva ou explicativa – “Ora falava, ora ficava mudo” / “Matriculou-se na academia, porém compareceu apenas na primeira semana”;
  • dividir orações subordinadas adjetivas explicativas – “Os alunos, que estavam sentados, começaram a escrever”;
  • partir orações adverbiais tanto reduzidas quanto desenvolvidas, sobretudo quando antepostas à oração principal ou intercaladas no período – “Ao regressar à escola, o aluno sentiu-se cansado”.

Casos em que não se usa a vírgula

Agora que você já sabe todos os casos nos quais usa-se a vírgula, chegou o momento de entender quais as situações que não se pode utilizar o sinal gráfico. Portanto, não ocorre a vírgula: 

  • entre sujeito e predicado, por mais que o sujeito seja extenso – “A sua presença atuante (sujeito) motiva todos os funcionários (predicado)”;
  • entre o complemento e o verbo, mesmo que o objeto indireto (OI) se encontre antes do objeto direto (OD) – “Pagarei ao garçom (OI) a conta (OD)”;
  • no meio do nome e do adjunto adnominal (AA), ou complemento nominal (CN) – “Todos esperam seu retorno (Nome) à cidade (CN)” / “As paredes (Nome) da casa (AA) estão mofadas”;
  • entre a oração subordinada substantiva e a oração principal – “É necessário (or. principal) que você entregue o trabalho (or. subord. subst.)”.

Algumas observações

Como muitos temas da Língua Portuguesa, a vírgula também possui as suas observações. Portanto, aqui estão os quatro itens sobre este sinal de pontuação que você não pode ignorar:

  1. de maneira geral, não se emprega a vírgula quando o adjunto adverbial é um simples advérbio – “O estudo sempre é vital”;
  2. quando uma conjunção inicia a oração, esta não deve ser isolada por vírgula – “Eu acordei cedo, porém me atrasei para a aula.”
  3. antes da conjunção e, usa-se a vírgula quando o termo não possui valor aditivo (“Estudou o mês inteiro, e não foi aprovado na avaliação”), quando os sujeitos são diferentes (“Eu comprei pão, e Maria trouxe o café”), quando o e aparece de maneira repetida (polissíndeto – “Procurei as chaves, e a carteira, e os óculos, e o celular”);
  4. por último, as orações subordinadas substantivas apositivas podem aparecer antecedidas de vírgula ou dois-pontos – “Mas me diga uma coisa, esse plano possui alguma razão oculta?” / “Tenho um grande sonho: que a sociedade vivesse em paz”.

Com essas dicas, você será capaz de escrever a redação do ENEM, ou qualquer outro texto, de maneira mais clara e sem dúvidas em relação à vírgula. Lembre-se que esta pontuação é, sobretudo, apenas um recurso sintático para dar o sentido correto às frases. 

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