A concordância verbal é um ramo da gramática que estuda o modo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se acomodarem a outras palavras. Ou seja, o verbo precisa concordar com o sujeito em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª). Porém, nesse campo da Língua Portuguesa existem diversas especificações para que a frase faça sentido seguindo a norma culta.
Coletivo: quando o sujeito for um coletivo, o verbo ficará no singular.
Exemplo:
– A multidão gritava desesperadamente.
Expressão partitiva seguida de especificador: o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Exemplos:
– Grande parte dos alunos compareceu na apresentação.
– Grande parte dos alunos compareceram na apresentação.
Pronome de tratamento na concordância verbal: o verbo fica na terceira pessoa concordando com o sujeito.
Exemplo:
– Vossa Santidade chegou em Roma.
Pronomes relativos “que”, “quem”: o verbo concorda com o antecedente dos pronomes relativos.
Exemplos:
– Fui eu que bebi o suco.
– Porém, quando for o relativo “quem” admite-se a concordância com o antecedente ou com o próprio relativo “quem”.
– Fui eu quem bebi o suco. (concordância com o “eu”)
– Fui eu quem bebeu o suco. (concordância com o “quem”)
Nomes no plural, sem artigo: quando o sujeito for formado por nome próprio que só tem plural, não antecipado de artigo definido ou indefinido, o verbo ficará no singular; se o nome próprio vier antecipado de artigo o verbo irá para o plural.
Exemplo:
– Minas Gerais possui grandes fazendas.
Atenção: Independentemente da posição do sujeito dentro da oração, o verbo sempre irá concordar com o núcleo do sujeito.
Exemplos:
– Nós fomos brincar na casa de João.
– Sumia na estrada poeirenta a última boiada da fazenda.
Quando o sujeito composto vier anteposto ao verbo, o verbo irá para o plural.
Exemplo:
– O milho e a soja subiram de preço.
Concordância atrativa: quando o sujeito composto vier posposto ao verbo, o verbo irá para o plural ou concordará apenas com o núcleo do sujeito que estiver mais próximo.
Exemplo:
– Chegou o pai e a filha. Chegaram o pai e a filha.
Sinônimos ou semelhantes: o verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Exemplos:
– Medo e terror nos acompanha sempre.
– Medo e terror nos acompanham sempre.
– A paz e a tranquilidade envolveram-no.
– A paz e a tranquilidade envolveu-o.
– Eficácia e agilidade destacaram aquela empresa.
– Eficácia e agilidade destacou aquela empresa.
Gradação entre os núcleos do sujeito composto: o verbo ficará no singular ou no plural.
Exemplo:
– Uma briga, um vento, o maior furacão não os inquietava.
– Uma briga, um vento, o maior furacão os inquietavam.
Expressão “um e outro”: flexiona-se o verbo no singular ou no plural.
Exemplo:
– Um e outro já veio.
– Um e outro já vieram.
Conjunção “e”: Nesse caso concordará com a totalidade do sujeito.
Exemplo:
– Poliana e sua amiga foram de ônibus ao show.
Unidos por “nem”: o verbo fica no plural.
Exemplos:
– Nem Lídia, nem Junior fizeram o dever de casa.
– Nem frio nem chuva são bem recebidos na cidade.
Ligados pela conjunção “ou”
Se há ideia de exclusão, o verbo fica no singular.
Exemplos:
– Filipe ou Daniel será o próximo estagiário.
– Lurdinha ou Iraci ganhará mais tempo.
Caso o sentido seja de inclusão, o verbo ficará no plural.
Exemplos:
– Frutas ou verduras fazem bem a saúde.
– Balas ou chocolates agradam a menina.
Exemplo:
– O filho são as esperanças da mãe.
– As esperanças da mãe são o filho.
Exemplos:
– É uma hora.
– São três horas.
– Daqui até a fazenda é um quilômetro.
– Daqui até a fazenda são sete quilômetros.
– Hoje é dia doze de outubro.
– Hoje são doze de outubro.
Exemplo:
– “Eu sou a lenda”
– A lenda sou eu.
Verbo “haver”: O verbo haver nos sentidos de existir, suceder, ocorrer e fazer (algum tempo) é impessoal, ou seja, não tem sujeito. O verbo deve, portanto, ficar na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
– Houve mais exceções naquela atividade.
– Havia dois meses que não o via.
– Havia muitos pratos naquela mesa.
– Houve dois anos sem mudanças.
Verbo “fazer”: o verbo fazer é impessoal no sentido de haver, quando dá ideia de tempo transcorrido. Deve, portanto, ficar na 3ª pessoa do singular.
Exemplo:
– Ontem fez sol o dia inteiro.
Fenômenos da natureza: quando esses verbos estiverem no sentido figurado (metáfora) pode-se concordar com o sujeito.
Exemplos:
– Choveram chocolates.
– Choveram papéis picados.
Infinitivo
O infinitivo pessoal pode ser flexionado.
Exemplo:
– Ao sairmos fechamos a porta.
No infinitivo impessoal, não pode ser flexionado.
Exemplo:
– Deixe-os sair.
Pronome de tratamento: quando o sujeito for formado por um pronome de tratamento, o verbo irá sempre para a 3º pessoa.
Exemplo:
– Vossa Excelência leu meus relatórios?
Partícula apassivadora: o verbo concordará normalmente com o sujeito da oração.
Exemplos:
– Pintou-se o carro.
– Alugam-se casas.
– Construiu-se uma empresa.
– Construíram-se novas empresas.
Partícula de indeterminação do sujeito: o verbo ficará sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
– Precisa-se de secretária.
– Vive-se bem aqui.
– Respeita-se a todos.
Verbo + Pronome “se”: os verbos transitivos diretos ou indiretos, quando apassivados do pronome “se”, concordam com o sujeito.
Exemplo:
– Vendem-se casas.
– Aluga-se casa.
Verbo + Pronome “se” + Preposição: o verbo fica no singular
Exemplo:
– Precisa-se de novos funcionários.