Escolas, professores, pais de alunos e governo divergem sobre o retorno presencial das atividades escolares no Distrito Federal. Decreto do GDF publicado na quinta-feira (3) autoriza a volta às aulas em escolas e universidades.
As instituições particulares de ensino retomam as atividades a partir de 27 de julho. No dia 3 de agosto, está previsto o retorno das aulas nas escolas públicas. As creches permanecem fechadas.
O Sindicato das Escolas Particulares comemorou a definição da retomada das aulas. O presidente do Sinepe-DF, Álvaro Domingues, afirma que o anúncio com quase um mês de antecedência vai permitir que os estabelecimentos se organizem.
Mas a medida encontra resistência. A psicóloga Susan Isozaki acha imprudente o retorno enquanto os casos de Covid-19 seguem crescendo. Susan afirma que não vai permitir que a filha de 10 anos volte pra sala de aula neste momento e está disposta a trocá-la de escola.
O retorno dos estudantes deve ser feito de forma escalonada, parte dos alunos em regime presencial e outra acompanhando as aulas a distância.
Para a reabertura, o governo do Distrito Federal exige cumprimento de protocolos e medidas de segurança. As carteiras devem ter distância de 1,5 metro umas das outras. As escolas precisam disponibilizar dispenser com álcool em gel ou locais para a lavagem das mãos com sabão e toalhas de papel descartáveis.
As filhas de 11 e 14 anos, de Dayse Barros, estudam em escola pública. Segundo ela, diversas mães já se posicionaram contra a decisão e não vão permitir que os filhos voltem às aulas em meio a pandemia. Dayse não acredita que a escola consiga cumprir as exigências.
Dayse criou um movimento usando a hashtag #Meufilhonãovolta: Nenhum aluno na escola, todos com vida em casa.
O Sindicato dos Professores criticou a decisão. Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro, acredita que retomar as atividades presenciais neste momento é potencializar a capacidade de infectar pessoas. Segundo ela, não há acordo sobre a questão.
A Secretaria de Educação informou que vai garantir o distanciamento físico necessário adotando um modelo de revezamento: em uma semana metade dos estudantes de cada turma frequenta a escola presencialmente enquanto a outra metade faz atividades impressas ou digitais em casa. Na semana seguinte, os grupos trocam de lugar.
No material divulgado pela secretaria, não há informações sobre a compra do material para proteção e higienização das escolas e dos estudantes.
Segundo a pasta, de 27 a 31 de julho, os professores e profissionais da área serão capacitados para atuação presencial.
Para o médico Farid Buitrago, não é possível garantir que os estudantes cumpram as medidas de segurança.
O Distrito Federal tem meio milhão de estudantes na rede pública e mais de 150 mil em escolas particulares. As aulas presenciais estão suspensas desde março para evitar a disseminação do coronavírus. *Com informações da Rádio Agência Nacional.