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Desvendando a equação dos combustíveis: Por que, mesmo com o aumento dos preços, a gasolina ainda é a opção mais vantajosa?

A situação não é favorável para os motoristas no Brasil. Os valores da gasolina e do etanol registraram um aumento na semana passada. Isso causou um impacto significativo no orçamento dos condutores. Apesar dos altos preços, abastecer com gasolina continua sendo mais vantajoso do que escolher o etanol.

Muitos têm dúvidas ao decidir qual combustível utilizar, mas é possível alternar entre os dois. Além disso, um cálculo simples pode determinar a opção mais econômica. Segundo as últimas pesquisas, a gasolina tem se mostrado mais vantajosa que o etanol desde o ano passado. Pode-se afirmar tal fato, devido ao seu desempenho superior no veículo. Embora a conta possa se mostrar um pouco defasada, basta verificar que o preço do etanol corresponde a até 70% do valor da gasolina. Se a diferença for maior, opte pela gasolina.

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Levantamento dos valores da gasolina e demais combustíveis

Segundo os dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana passada, o valor médio do litro da gasolina no Brasil foi de R$ 5,52. Em contraste, o etanol hidratado foi comercializado a R$ 4,15 por litro. Isso representa uma diferença de 75,2% entre os dois combustíveis.

Observou-se um aumento de 0,18% no preço da gasolina em relação à semana anterior. Enquanto isso, o preço do biocombustível teve um acréscimo semanal de 1,22%. Com essa disparidade, a gasolina tornou-se mais vantajosa em termos de custo-benefício.

Como é a diferença em cada estado

Após examinar os valores em todas as 27 unidades federativas do Brasil, o estudo revelou que a gasolina foi a opção mais vantajosa em 26 delas em relação ao etanol. Confira as menores discrepâncias:

  • Distrito Federal – 73,4%;
  • Mato Grosso – 68,8%;
  • Amazonas – 74,3%;
  • São Paulo – 75,4%;
  • Acre – 75,2%;
  • Alagoas – 75,8%;
  • Goiás – 75,8%.

Com base nos dados fornecidos pela ANP, pode-se concluir que somente no estado de Mato Grosso o etanol superou a gasolina em termos de custo-benefício.

Qual é a alteração do percentual maior de etanol do que de gasolina na mistura de combustível?

Uma equipe de estudo do Ministério de Minas e Energia está analisando o incremento da proporção de etanol na gasolina. Essa seria uma medida para fortalecer a autonomia energética nacional. O objetivo é aumentar gradualmente o percentual de 27,5% para 30%. No entanto, é crucial compreender o impacto dessa alteração no consumidor.

Conforme declarado pelo governo, a medida tem como objetivo resolver dois problemas simultaneamente:

  • Reduzir a dependência da importação de gasolina;
  • Acelerar a transição energética.

Para assegurar a segurança dos consumidores, o grupo de trabalho realizará uma avaliação técnica em colaboração com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol. “Realizaremos essa avaliação técnica em conjunto com a indústria automobilística e o setor produtivo de etanol. Assim, garantiríamos a segurança dos consumidores. O aumento do teor de etanol contribuirá para a segurança energética de nosso país. Reduziria as importações de gasolina e auxiliaria na transição energética, por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Veja também: Governo estuda alterar porcentagem de etanol na gasolina; Existem riscos?

Qual a consequência para os consumidores

Após o comunicado da possível alteração, os cidadãos brasileiros começaram a se indagar sobre o impacto dessa medida em suas vidas. Afinal, essa decisão pode resultar em uma redução nos preços da gasolina e na diminuição do desempenho do combustível?

A nova mistura pode prejudicar os veículos? Um fator importante a se considerar é o benefício ambiental decorrente do aumento do uso de etanol. Isso porque uma vez que o acréscimo de 3% resultaria em uma redução de mais de 2,8 milhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera. “A participação do etanol, com mais de 40% na matriz de combustíveis dos veículos leves, é um elemento crucial nessa equação positiva para o meio ambiente e para a sociedade”, afirma Luís Roberto Pogetti, presidente do Conselho da Copersucar.

Em contrapartida, o governo deverá realizar uma avaliação dos impactos da alteração em veículos não flex. É necessário analisar se haverá danos às peças e maior desgaste em carros mais antigos ou importados, além de possíveis quedas no desempenho.

Essa discussão já surgiu em 2015, quando o percentual de etanol anidro na mistura da gasolina foi elevado de 25% para 27,5%. Para atender aos veículos importados abastecidos com gasolina, o combustível premium manteve os 25%.

Consumo aumentado

Uma consideração relevante é o acréscimo no consumo de combustível, de acordo com a opinião do especialista Renato Romio. Ele acredita que isso ocorrerá, porém, sem resultar em aumento de despesas para o motorista. “Haverá um aumento leve porque o álcool possui menor poder energético. No entanto, dependendo do preço final do combustível, não necessariamente resultará em gastos maiores. Ainda não sabemos como será a política de preços. Contudo, é importante destacar que o etanol anidro, utilizado na mistura, é mais econômico que a gasolina, embora seja mais caro que o etanol hidratado, o qual encontramos nos postos de abastecimento”, explica o especialista.

Preço aumentado

Uma outra preocupação surge em relação ao valor da gasolina, uma vez que a produção de etanol é quase sempre mais econômica. Em relação a esse aspecto, é fundamental levar em consideração que o preço do etanol está ligado à disponibilidade de cana-de-açúcar, sua matéria-prima.

Nesse contexto, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) destaca a importância de maior atenção às questões de oferta e demanda. Diz-se isso especialmente durante os períodos de entressafra, a fim de proteger o consumidor final que arca com o custo do produto.

De modo geral, o preço ainda está sujeito à regulamentação do novo combustível. Tomando como exemplo a última alteração no percentual, espera-se uma redução no custo de produção, mas é provável que o consumidor continue pagando o mesmo valor.