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Desenrola entra na última semana. Veja passos para negociar sua dívida

Depois de duas prorrogações, o Desenrola está chegando ao fim. Este é o programa do governo federal que prevê uma ajuda no processo de negociação de dívidas de cidadãos que se encontram em situação de inadimplência. O projeto deve permanecer aberto até a próxima segunda-feira (20).

Nesta última etapa do Desenrola, nem todos os cidadãos podem negociar as suas dívidas. Segundo informações do Ministério da Fazenda, órgão que atua na gestão do projeto, nesta prorrogação as negociações são válidas apenas para as pessoa que:

  • tenham renda mensal de até dois salário mínimos; ou
  • que estejam inscritas no Cadúnico do governo federal.

Para além disso, é preciso:

  • ter uma dívida que tenha sido negativada entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022; e
  • que a dívida não seja superior a R$ 20 mil.

Nesta prorrogação, podem ser negociadas dívidas como:

  • dívidas bancárias, como cartão de crédito;
  • ensino;
  • energia;
  • água;
  • telefonia;
  • comércio.

Como negociar?

Assim como já acontecia anteriormente, ninguém precisa sair de casa para negociar as suas dívidas no Desenrola nesta prorrogação. No passo a passo abaixo, você pode conferir como realizar o procedimento de negociação corretamente:

  • Passo 1: Abra o site oficial do Desenrola Brasil clicando sobre este link;
  • Passo 2: Faça o login na sua conta usando o login do seu perfil GOV.BR;
  • Passo 3: Ao entrar na página, você verá uma lista completa com todas as dívidas que estão registradas em seu CPF;
  • Passo 4: Escolha um banco para realizar a sua negociação. Não é necessário ter uma conta na instituição escolhida;
  • Passo 5: Siga os passos indicados pela instituição, e defina se quer aceitar esta negociação ou não.
Interface do site oficial do Desenrola. Imagem: Reprodução

Desenrola

A versão original do Desenrola Brasil foi lançada pelo governo federal ainda em 2023. A ideia do programa é ajudar as pessoas endividadas no processo de negociação das suas dívidas, junto aos seus credores. Ao limpar o nome dos cidadãos, o governo espera retomar o potencial de consumo destas pessoas.

Mas afinal de contas, o Desenrola está conseguindo reduzir os números da inadimplência no Brasil? Ainda não existem números de grandes pesquisas que possam indicar uma resposta para esta pergunta. Mas é fato que os primeiros dados já estão sendo divulgados por empresas que medem este humor.

E estes primeiros dados não são bons. Em janeiro, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgaram em conjunto um novo indicador sobre o assunto. De acordo com o levantamento, a quantidade de brasileiros inadimplentes em dezembro do ano passado cresceu.

Entre o final de 2022 e o final de 2023, houve um crescimento de 3,58% no número de inadimplentes no Brasil.  Em dezembro do ano passado, algo em torno de 66,12 milhões de pessoas estavam inadimplentes, ou seja, estamos falando de algo como quatro em cada dez brasileiros (40,35%).

Lula demonstrou preocupação com Desenrola

Quem  demonstrou preocupação em relação aos números do Desenrola foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em evento recente, o petista elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), mas logo na sequência questionou a falta de procura por parte da população.

“Nós fizemos um programa genial. Se o pessoal que discute Prêmio Nobel de Economia estiver me ouvindo, eles precisam pegar a turma da transição nossa, a turma de transição da minha campanha e a turma do Haddad e dar o prêmio Nobel de Economia porque nada é mais inteligente que o Desenrola”, disse o presidente.

“Mas desses 72 milhões (de endividados), só apareceram 10 milhões de pessoas pra fazer a renegociação. E desses 10 milhões,8,7 milhões (negociaram dívidas) de até R$ 100. Então, companheiro Paulo Câmara (presidente do Banco do Nordeste), cadê os devedores que não apareceram? Fazendo negociação de até 90% de desconto?”, concluiu Lula.