De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego caiu para 9,1% no trimestre que se encerrou em julho, o que indica uma queda de 1,4 ponto percentual em comparação com o trimestre anterior. Os dados coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua foram divulgados na última quarta-feira (31).
Sendo assim, o número de cidadãos ocupados chegou a 98,7 milhões, ou seja, um recorde na série histórica, iniciada no ano de 2012. Além disso, o nível de ocupação no Brasil aumentou 1,1 ponto porcentual na comparação trimestral, chegando a 57%. Ao comparar com o trimestre iniciado em julho, o crescimento foi de 4,1 pontos percentuais.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, a queda no desemprego nesse período foi influenciada pelas atividades de comércio e reparação de veículos. Nestes setores houve um acréscimo de 692 mil trabalhadores (3,7%) na comparação trimestral. Os setores da administração pública, defesa, educação, saúde, seguridade social e serviços sociais também apresentaram alta.
“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, disse Adriana Beringuy.
A Pnad Contínua também indicou que o rendimento habitual voltou a crescer após dois anos de estagnação ou queda. No trimestre encerrado em julho, o rendimento médio chegou a R$ 2.693. Segundo a coordenadora da pesquisa, o aumento no rendimento dos trabalhadores foi de 2,9% em relação ao trimestre anterior e 2,9% menor que o mesmo período de 2021. “A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, disse.
De acordo com os dados disponibilizados pela pesquisa, o aumento no rendimento dos trabalhadores foi influenciado pelos empregadores, militares, funcionários públicos estatutários e trabalhadores por conta própria.
Os dados da pesquisa divulgada pelo IBGE indicam que ao fazer uma análise anual, apenas os setores da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e agricultura não tiveram alteração nos índices de desemprego, ou seja, o número de pessoas ocupadas não apresentou uma alteração significativa.
Além disso, a quantidade de trabalhadores sem carteira assinada – e consequentemente sem direitos trabalhistas – no setor privado atingiu um recorde na série histórica. De acordo com a Pnad Contínua houve um aumento de 4,8% em comparação com o trimestre encerrado no mês de abril. Em contrapartida, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado subiu 1,6% no trimestre.
A Pnad Contínua também constatou que a população que não está ocupada e nem procurando trabalho caiu 5% no trimestre (4,2 milhões de indivíduos). Ao fazer uma comparação anual a queda chegou a 19,8%. Mais informações sobre os índices de desemprego no Brasil podem ser obtidas no site do IBGE.