O valor da cesta básica recuou em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em fevereiro. Após avançar na maioria dos locais em janeiro, o preço dos itens básicos recuaram em quase todas as capitais no mês passado.
Em resumo, a cesta básica ficou mais cara em apenas quatro locais em fevereiro, pesando mais no bolso dos consumidores destas regiões. A propósito, isso aconteceu em capitais do Nordeste e do Norte, mantendo certo padrão do que foi observado em janeiro, quando as capitais nordestinas apresentaram as maiores altas do país, ocupando as primeiras posições no ranking nacional.
Confira as quatro capitais cujos preços subiram em fevereiro:
Por outro lado, o valor da cesta básica caiu em 13 capitais pesquisadas no mês passado, com destaque para o Sudeste:
Embora as capitais do Nordeste e do Norte tenham registrado os únicos avanços em fevereiro, elas permaneceram nas últimas posições no ranking nacional, com as cestas básicas mais baratas do país. Em contrapartida, os locais que registraram queda no mês continuaram com as cestas básicas mais caras do Brasil.
De acordo com o levantamento do Dieese, a cesta básica de São Paulo foi a mais cara do país em fevereiro. Na verdade, a capital paulista assumiu essa posição na maioria dos últimos meses, ou seja, quem reside na capital paulista precisa pagar mais caro do que em outros locais do país para adquirir alimentos básicos.
Em síntese, a população paulistana precisou gastar R$ 779,38 para comprar uma cesta básica em fevereiro. A título de comparação, a segunda cesta mais cara do país foi a do Florianópolis, que custou R$ 746,95 no mês passado, valor 4,2% menor que a de São Paulo. Já a cesta mais barata foi a de Aracaju (R$ 552,97), que custou 29% a menos que a da capital paulista.
No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, a cesta de São Paulo ficou 8,91% mais cara no país. Apesar do forte avanço, outras cinco capitais registraram altas ainda mais expressivas no período: Belém (+15,33%), Natal (+12,37%), Recife (+10,51%), Fortaleza (+10,12%) e João Pessoa (+9,24%).
Por sua vez, os menores avanços nacionais foram observados em Vitória (+3,91%), Curitiba (+3,98%), Florianópolis (+5,57%) e Belo Horizonte (+5,90%). Isso mostra que os preços das cestas básicas subiram em todas as 17 capitais pesquisadas nos últimos 12 meses.
O Dieese revelou que seis dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros em São Paulo no mês passado. Veja abaixo quais tiveram alta em seus valores:
Em suma, o leite integral ficou mais caro em 11 das 17 capitais pesquisadas, assim como a manteiga. Isso aconteceu devido à redução da oferta do leite no campo e ao aumento das importações de lácteos, segundo o Dieese.
Já o feijão carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além de Belo Horizonte e São Paulo, ficou mais caro sete dos 12 locais pesquisados em fevereiro. Em resumo, houve redução dos estoques do produtores, que esperam por algum aumento no preço do grão. Ao mesmo tempo, a demanda está reduzida, mas os preços subiram devido ao recesso de Carnaval.
Por outro lado, sete produtos pesquisados pelo Dieese ficaram mais baratos em São Paulo no mês passado. Aliás, os recuos conseguiram impedir a alta no valor da cesta básica da cidade de São Paulo, que caiu 1,42% em relação a janeiro.
Confira os produtos cujos preços caíram em fevereiro:
Apesar do equilíbrio das variações em fevereiro, com metade dos itens apresentando alta em seus preços, enquanto a outra metade teve redução nos valores, isso não aconteceu no acumulado dos últimos 12 meses. A saber, 10 dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros no período. As únicas exceções foram carne bovina de primeira (-2,42%), óleo de soja (-2,04%) e açúcar refinado (-1,90%).
Em contrapartida, os demais itens apresentaram aumento dos seus preços no período: farinha de trigo (+36,29%), batata (+32,86%), leite integral (+31,54%), feijão carioquinha (+27,81%), manteiga (+19,01%), café em pó (+16,17%), pão francês (+15,37%), arroz agulhinha (+14,36%), banana (+11,66%) e tomate (+0,24%).