A inteligência artificial (IA) tem se tornado uma presença cada vez mais marcante em diversas áreas, e o Congresso Brasileiro não é exceção. Com o avanço da tecnologia, ferramentas de IA estão sendo utilizadas para otimizar e agilizar processos legislativos. Neste artigo, vamos explorar como a IA tem sido empregada no Congresso, desde a redação de projetos de lei até a análise de dados eleitorais.
Um dos exemplos mais notáveis do uso de IA no Congresso Brasileiro é o ChatGPT, um sistema desenvolvido pela Open AI. Ele tem sido utilizado por assessores legislativos para diversas tarefas, desde a elaboração de minutas até a preparação de justificativas para projetos de lei. O ChatGPT é capaz de gerar textos completos a partir de comandos e tem sido apelidado de “Oráculo” por sua eficiência e versatilidade.
Nas últimas semanas, uma Comissão Especial do Senado começou a analisar um projeto de regulação da Inteligência Artificial apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Embora o projeto tenha sido elaborado por uma comissão de juristas, há especulações de que o ChatGPT ou alguma ferramenta similar tenha influenciado sua criação. É interessante notar que a proposta de regulação ainda não aborda especificamente ferramentas como o ChatGPT, evidenciando o desafio em acompanhar a velocidade das novas tecnologias.
Além da elaboração de minutas, o ChatGPT e outras ferramentas de IA estão sendo utilizadas para redigir projetos de lei e até mesmo para escrever e-mails direcionados aos eleitores. Algumas assessorias legislativas têm utilizado essas ferramentas para estruturar projetos de forma mais eficiente e para se comunicar com seus eleitores de maneira personalizada.
O partido Novo, por exemplo, busca inspiração diária no ChatGPT para fortalecer o empreendedorismo feminino. A IA tem se mostrado uma aliada valiosa para automatizar tarefas burocráticas e repetitivas, permitindo que os parlamentares se concentrem em questões de maior importância. No entanto, é importante ressaltar que a tomada de decisões e o trabalho legislativo ainda são 100% humanos, e a IA apenas auxilia nesse processo.
Outra aplicação da IA no Congresso Brasileiro é a análise de dados eleitorais e o planejamento de campanhas. Lideranças políticas têm utilizado sistemas de IA para identificar quais tipos de projetos têm mais chances de serem aprovados e para monitorar de forma detalhada a atuação dos parlamentares. Além disso, robôs estão sendo empregados para auxiliar na criação de discursos, jingles e programas de candidatos às prefeituras e às Câmaras de Vereadores.
A IA tem se mostrado uma ferramenta poderosa para otimizar o trabalho político, mas também levanta preocupações sobre o futuro do mercado de trabalho. Yuval Harari, renomado autor e pensador, prevê que a revolução tecnológica pode levar ao desemprego em massa e criar uma classe de pessoas consideradas inúteis, o que poderia gerar instabilidade social e política.
Um estudo recente do MIT Sloan School of Management revelou que trabalhadores menos experientes tiram maior proveito da IA generativa e se tornam mais produtivos. Por outro lado, profissionais mais qualificados não apresentam o mesmo impacto positivo com o uso da IA. Esse é um aspecto a ser considerado ao discutir os efeitos da automação nos diferentes setores da sociedade.
Em suma, a IA está transformando o Congresso Brasileiro, oferecendo ferramentas para agilizar processos legislativos e auxiliar na tomada de decisões. No entanto, é fundamental que a implementação da IA seja ética e responsável, visando sempre o benefício da sociedade como um todo. A tecnologia nunca substituirá a importância do debate político e da atuação humana, mas certamente pode otimizar e aprimorar as atividades parlamentares.