A dependência emocional surge de uma maneira sutil, mascarada e rotulada como “amor intenso e incondicional”. Frases como “não vivo sem esta pessoa” são comuns e, inicialmente, podem parecer recheadas de sentimentos positivos.
Porém, quando o indivíduo projeta todo o equilíbrio de sua vida pessoal, carreira profissional, vida financeira e social em outra pessoa, ele se anula. E ao se anular, cria uma necessidade de ter o outro que ultrapassa qualquer limite do aceitável.
Aqui se instaura a dependência. E a partir disso, ambos os envolvidos no laço dependente passam a sofrer as consequências. Entenda mais sobre este importante tema no nosso artigo de hoje.
A dependência emocional pode ser caracterizada como uma necessidade intensa de ter a pessoa o tempo todo disponível para si. O dependente sente uma necessidade irracional de que quem está ao seu lado dê atenção exclusivamente para ele.
Esta necessidade excessiva de cuidados pode levar o indivíduo ao comportamento de submissão e apego exagerado.
É como se a felicidade, o desenvolvimento e qualquer conquista, estivessem relacionadas com a companhia da outra pessoa. O dependente sente dificuldades de tomar decisões, colocando nas mãos do outro o poder sobre a sua vida.
A partir disso, os sentimentos de amor e afeto, que são genuínos, evoluem para algo patológico, onde o dependente só se sente completo, feliz e capaz quando há a outra pessoa ao seu lado.
Vale destacar que este tipo de dependência pode aparecer em relacionamentos amorosos, familiares e de amizade. Além disso, costuma ter um crescimento gradativo dos sintomas, o que pode dificultar o diagnóstico precoce.
Os sintomas deste transtorno psicológico podem variar de acordo com o nível de dependência no qual o sujeito já está inserido. Entretanto, podemos listar os principais sinais, que são:
É possível perceber um certo padrão caracterizado por questões afetivas sempre insatisfeitas, como se o sujeito precisasse de “doses maiores” da outra pessoa, a cada dia. Podemos até ver traços com outros tipos de dependências e vícios.
Para lidar coma dependência emocional o primeiro passo é reconhecê-la. Perceber o relacionamento patológico é importante para que o sujeito saiba buscar a ajuda correta.
Aqui, a psicoterapia se faz necessária para que seja possível trabalhar a autoestima e o autoconhecimento do dependente. Assim, o mesmo passará a criar uma rotina de acordo com as suas necessidades, e não tentando encaixar a sua vida nas necessidades de outra pessoa.
Além disso, uma medida que pode auxiliar a lidar com o problema é justamente criando laços afetivos com mais pessoas. Pois dessa forma é possível criar um círculo de amizade mais fluído, com diversos níveis de confiança e sentimentos, sem sobrecarregar nenhuma relação.
Por fim, lembre-se que todos nós somos capazes de sermos suficientes, e somos mais do que completos para nós mesmos.
Não precisamos de alguém para sermos felizes, mas sim, podemos contar com alguém para compartilharmos as nossas felicidades. E isso pode acontecer sem excessos.