Parlamentares do PSL saem em defesa Moro

Ministro da Justiça diz que só vai continuar no cargo se Maurício Valeixo seguir como diretor-geral da PF

Parlamentares do PSL na Câmara e no Senado defenderam nesta quinta-feira o ministro da Justiça, Sergio Moro, que ameaçou sair do governo depois de entrar em conflito com o presidente Jair Bolsonaro. Moro disse para Bolsonaro que continuaria no cargo somente se Maurício Valeixo continuar como diretor-geral da Polícia Federal

Numa reunião, que aconteceu nesta quinta-feira, 23, Bolsonaro avisou ao ministro que trocaria o comando da PF.

A ex-líder do governo e hoje em dia adversária de Bolsonaro, deputada Joice Hasselman (PSL-SP), acusou Bolsonaro de tentar obstruir os trabalhos da corporação. Sobre o assunto, ela disse: “Simples: a Polícia Federal descobriu como funciona a milícia digital da gangue do poder e quem patrocina. Então, quer escantear Valeixo para segurar o escândalo”, escreveu a parlamentar em uma rede social.

Ela ainda disse que “a corda aperta o pescoço do filho Flávio (Bolsonaro) no caso Queiroz”. A estava se referindo à investigação do suposto caso de rachadinha do senador, quando este era deputado estadual. À tarde, depois do Ministério da Justiça afirmar que Moro continuaria no cargo, Joice afirmou que Bolsonaro “amarelou” porque Moro “é maior”.

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio, também defendeu Moro. “O Brasil não pode perder nesse momento o ministro Sergio Moro, pela sua credibilidade e história de vida: o canal seguro para a população brasileira. Bolsonaro precisa do Moro. O Brasil precisa do Moro. Nós precisamos do ministro à frente do ministério. Força, ministro. É isso aí, presidente.” disse Olímpio.

Por outro lado, os parlamentares alinhados a Bolsonaro e que estão com atividade partidária suspensa pelo PSL, tentaram minimizar a situação. A deputada Bia Kicis (PSL-DF), escreveu:

“Não há nenhuma confirmação de que o ministro Sergio Moro tenha pedido demissão. Aliás, a informação que tenho é de que isso não ocorreu. Se houver mudanças no comando da PF, o que é possível, esperemos o presidente Jair Bolsonaro e Sergio Moro encontrem um nome de consenso!”.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) chegou a pedir nas redes sociais para que “por favor” o ministro ficasse no cargo, porém, apagou o post e, depois, escreveu dizendo que o caso foi “uma peça” pregada “pela mídia”. Moro foi padrinho de casamento de Zambelli.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que teve audiência com Moro, falou sobre o assunto: “Eu tentei falar com a assessoria do ministro sobre essa possível demissão, mas ainda não me responderam. Tomar que o presidente não não faça isso.” Ele disse ainda que Moro “aparentava nenhum desconforto”.

Já o deputado Capitão Augusto (PL-SP) entrou em contato duas vezes com o ministro nesta quinta-feira. De manhã, marcou com o ministro uma reunião para a próxima terça-feira sobre a pauta legislativa. À tarde, depois da notícia divulgada de que Moro poderia pedir demissão, retornou. De acordo com o parlamentar, Moro informou que a agenda está mantida e que ele continua no cargo. “Ele me disse que não procede a demissão”, disse Capitão Augusto.

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