O Brasil segue sendo um dos países com maior desigualdade do mundo e também de distribuição de renda do mundo, de acordo com um estudo recente que foi feito pelo Laboratório das desigualdades mundiais, que é uma íntegra da Escola de Economia de Paris.
O documento, que contém mais de 200 páginas, analisa o impacto da pandemia de Covid-19 ao redor do mundo, que demonstrou ainda mais a fatia dos bilionários na riqueza global.
O estudo se refere ao Brasil como um dos países mais desiguais do mundo, sendo que a discrepância de renda no país já é uma causa de “longa data”. As diferenças salariais até foram reduzidas no país durante 2020, por conta da política de transferência de renda do Bolsa Família, porém mesmo assim o caminho pela frente ainda será árduo.
Entre os 100 países que foram relatados no estudo, o Brasil apenas perde no ranking de desigualdade para a África do Sul, sendo o segundo com o maior índice de desigualdade do G20.
No Brasil, a renda média nacional per capita, que é o poder de compra da população está atualmente em R$ 43,7 mil, ficando atrás de outros países da região, como Chile, Argentina, Uruguai e México. Mesmo para países em que está a frente, a diferença ainda é inexpressiva.
Os 10% mais ricos no Brasil, que representam 58,6% do total da renda do país, atualmente possuem um patrimônio médio de R$ 253,9 mil. Os estudos indicam que os 10% mais ricos do país sempre ganharam mais do que a média nacional. No momento, a média salarial do brasileiro está entre R$ 2.400 a R$ 2.600.
A metade da população brasileira mais pobre só ganha 10% do total da renda nacional. Para se ter uma ideia do tamanho da desigualdade nacional, na França essa estatística é quatro vezes menor, onde os mais ricos ganham 7 vezes mais do que os mais pobres.
O Bolsa Família foi um programa responsável por ajudar a reduzir as camadas mais pobres da população brasileira, sendo que agora dará espaço ao novo Auxílio Brasil, que ainda não se sabe em que ponto o programa poderá ter parecida eficácia.
O estudo propõe que uma medida para diminuir a desigualdade social no mundo seria aumentar a taxação sobre os mais ricos, o que seria utilizado para investimentos em educação, saúde e desenvolvimento urbano.
A falta de uma reforma fiscal ambiciosa no Brasil é um tema que precisaria ser abordado. Para se ter ideia, somente agora que teremos uma taxação sobre lucros e dividendos no país.
Também se discute um aumento sobre a alíquota da tributação de herança no Brasil, assim como aconteceu na França chegando aos 60%. Caso isso aconteça, poderíamos ver um passo importante para diminuir a ampla desigualdade social que hoje existe no Brasil.