Economia

Dados do IR mostram que super-ricos têm mais isenções e pagam menos imposto

Os dados tiveram como base 29,1 milhões de declarantes do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) de 2020

A Pirâmide do IR, calculadora criada pelo G1, concluiu que os brasileiros mais ricos têm mais isenções e, de forma proporcional, pagam menos Imposto de Renda (IR) no país do que os menos ricos e os que estão nas faixas intermediárias de renda. O cálculo foi feito levando em conta os dados disponibilizados pela Receita Federal após as declarações do IR.

Os dados tiveram como base 29,1 milhões de declarantes do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) de 2020 e estão no relatório “Grandes Números das Declarações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas – Ano Calendário 2017”, divulgado há pouco tempo pela Receita Federal.

Em 2018, a Pirâmide do IR publicada pelo G1 mostrou as distorções nos tributos de pessoas físicas no país. A ferramenta mostra a concentração de renda no Brasil e a diferença entre alíquotas de imposto que são pagas pelos mais ricos e pelos mais pobres. A base de declarantes do Imposto de Renda possui 17 faixas de renda. As cinco faixas do topo têm rendimentos de mais de 60 salários mínimos. Em 2020, as cinco primeiras faixas de renda contavam com 320 mil brasileiros, ou 1,1% do total. Esses pouco mais de 1% concentraram 22% do total de rendimentos declarados ao Fisco.

Nas cinco últimas faixas da pirâmide, com quem recebe até cinco salários mínimos, há 15,9 milhões de brasileiros, representando 54,8% dos contribuintes. Juntos, eles receberam um valor menor que 17,3% dos rendimentos declarados.

Na faixa mais alta da pirâmide, entre quem recebe por mês mais de 320 salário mínimos – nos valores de 2017, isso representa R$ 299,8 mil – há 25.177 de brasileiros “super-ricos”. O número tem 608 a menos do que o registrado em 2019, quando o total era de 25.785.

A Pirâmide do portal mostrou a alta concentração de renda e concentração de isenções maior entre os mais ricos. O motivo é a tabela progressiva do Imposto de Renda, que é de até 27,5% de imposto e incide apenas sobre os conhecimentos rendimentos tributáveis.