Trabalhar no serviço público é uma aspiração compartilhada por muitos. Com a recente retomada do investimento do governo federal no funcionalismo público, o ânimo dos concurseiros, aqueles que buscam ingressar nesse setor, tem melhorado consideravelmente.
Nos últimos meses, diversas oportunidades foram anunciadas, impulsionando os aspirantes à aprovação a planejar seus estudos com mais determinação e a solidificar seus conhecimentos.
Navegar pelo extenso conteúdo dos concursos e equilibrar as emoções ao longo do processo são desafios que muitos concurseiros enfrentam. Desse modo, para enfrentar essa jornada, muitos optam por trilhá-la ao lado de colegas que compartilham da mesma experiência e compreendem as pressões envolvidas.
Em algumas situações, quando um candidato se percebe em desvantagem em relação aos demais devido a restrições financeiras para pagar um cursinho preparatório, a alternativa é procurar um cursinho popular. Contudo, embora o principal objetivo seja absorver conhecimento, essa experiência pode proporcionar aprendizados que vão além da matéria em si e alcançar o domínio do campo político.
Um exemplo notável é o cursinho popular Ivone Lara, localizado em Itaquera, São Paulo, que tem como foco candidatas que buscam aprovação em concursos nas áreas de serviço social e psicologia.
Alline Evelyn Santos, integrante do corpo docente do cursinho, explica que ela migrou para o cursinho voltado para concursos após ter lecionado em outro cenário, onde os alunos estavam se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desse modo, Alline destaca que no segundo semestre eles também irão receber estudantes da área de Pedagogia.
Em geral, concurseiros adotam uma rotina intensa de estudos, muitas vezes passando madrugadas lendo livros, apostilas e fazendo esquemas de memorização. Alguns chegam a abandonar seus empregos para se dedicarem exclusivamente à preparação.
Embora haja concursos mais complexos, como o do Instituto Rio Branco, para ingresso na carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, a assimilação de conteúdo é um desafio universal.
Em suma, para muitos, um concurso representa uma oportunidade única de progredir na vida e, frequentemente, envolve viagens para locais de teste, demandando um planejamento meticuloso.
Uma estudante exemplar do cursinho Ivone Lara é Raquel Fernandes, assistente social que reside no Itaim Paulista, zona leste da capital paulista. Formada em 2016, ela atualmente trabalha em sua área, graças a um convênio com a prefeitura municipal. Raquel ingressou no cursinho há um ano e meio, indicada por um amigo.
Duas vezes por semana, ela frequenta as aulas no cursinho. Um dos dias é dedicado à matemática e língua portuguesa, enquanto o outro foca nos conhecimentos específicos de sua área. Além disso, o cursinho também oferece ciclos formativos abertos ao público, abordando temas relacionados ao serviço social e promovendo discussões relevantes para a sociedade como um todo.
Devido à sua agitada agenda de trabalho, Raquel busca equilibrar sua vida pessoal e profissional com os estudos. Ela reserva pelo menos três horas semanais para revisar o conteúdo, seja nas manhãs ou nos fins de semana, quando também dedica um tempo para descansar do trabalho.
De acordo com suas palavras, no começo, sua intenção ao ingressar no cursinho estava limitada à preparação para concursos públicos. No entanto, hoje em dia, sua perspectiva passou por uma mudança radical. Além de buscar constante aprimoramento, há agora o compartilhamento de conhecimento e abordagens de temas cruciais, como a luta contra o racismo e a LGBTQIfobia.
Em suma, Raquel destaca que há uma ocupação ativa de espaços para divulgar não apenas o trabalho do cursinho, mas também as realizações obtidas por meio dele. Ela salienta que toda a edificação do cursinho é fruto de um esforço coletivo, finalizando enfatizando a natureza conjunta desse processo.