Tecnologia

Crianças querendo hackear não é ruim, mas precisa cuidado

Em uma era em que a tecnologia está profundamente integrada em nossas vidas, é crucial que os pais estejam cientes dos possíveis riscos e desafios associados às atividades online de seus filhos. Com a proliferação de sites como hackthissite.org, hackthebox.com e plataformas semelhantes onde qualquer pessoa pode aprender conceitos e práticas de hacking, não é incomum que pais descubram que os seus filhos estejam envolvidos nesse tipo de atividade, mas é preciso atenção para que a prática não se torne ilegal.  

Aprender a “hackear” não é algo ruim. A partir desse aprendizado, a criança também aprende a programar e pode se apaixonar por uma carreira promissora. O risco está no que a criança faz com esse aprendizado.

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Segundo a Avast, fornecedora de software antivírus, é importante entender a motivação que está levando a criança a explorar práticas de hacking. O adulto precisa entender se é apenas curiosidade ou se a criança enxerga nisso a oportunidade para conseguir dinheiro. Se seu filho ou seus alunos demonstrarem interesse em hackear por pura curiosidade, você deve encorajar a criança, aconselha a empresa 

Por isso, a recomendação é que pais precisam educar os filhos sobre comportamento responsável como cidadão digital, para que o hacking não se torne ilegal. 

O que é o hacking

Hacking envolve uma série de habilidades e conhecimentos que podem ser o ponto de partida para uma gama de carreiras no setor de tecnologia e segurança cibernética, que envolvem produtos de programação seguros para os consumidores, descobrindo vulnerabilidades de segurança e analisando malware. 

Interesse de crianças em hackear pode ser direcionado à programção de software Foto: Pexels.

Mas embora o hacking seja feito no espaço cibernético, ainda é ilegal se executado de maneira não consensual, quando não difere muito dos crimes “tradicionais” e tem consequências na vida real. A Avast observou fóruns de discussão na internet, como o Discord, onde jovens discutiam a ideia de hackear ou infectar o sistema escolar, e os professores, com malware. 

Como explica a Avast, hacking é, de certa forma, semelhante a um taco de beisebol. Pode ser usado para jogar profissionalmente para ganhar dinheiro ou pode ser usado de forma maliciosa para bater nas pessoas. 

E as consequências de um possível ato ilícito podem vir a perseguir a criança ou adolescente no futuro. “Às vezes, leva anos para que um caso seja encerrado e o hacker processado, e um crime, mesmo que cometido na adolescência, pode prejudicar uma possível carreira no setor de segurança legítimo. Ou ainda, se a criança não estiver em idade penal, os pais podem ser processados”, conclui o executivo.  

Dicas para manter seus filhos seguros na Internet

A Avast também compartilhou algumas dicas para que os pais e responsáveis possam manter os seus filhos seguros na internet:  

Fale frequentemente sobre suas experiências online. Faça um esforço para falar sobre suas experiências e educar os seus filhos sobre o que devem observar, pois os cibercriminosos ficam mais espertos e atacam de novas maneiras todos os dias. 

Devemos manter o diálogo aberto e seus filhos devem saber que podem vir até você com qualquer problema que possam ter. Também vale a pena discutir artigos de notícias relevantes ou acontecimentos nessas plataformas para iniciar a conversa.   

Incentive o tempo de tela em uma área comum da casa. Quando o seu filho estiver online, o ideal é que o computador que ele está acessando ou seu dispositivo esteja em uma área comum da casa, como a sala de estar ou a sala de jantar. Dessa forma, você pode ficar de olho em suas atividades e incentivá-los a não entrar em páginas ou conversas perigosas.

É preciso destacar que o mundo digital tem suas próprias oportunidades e riscos potenciais. Mas, assim como em qualquer outra parte da vida, os pais e responsáveis podem dispor das ferramentas para orientar seus filhos e adolescentes na direção certa. Converse com eles sobre comunidades online, continue falando sobre cidadania digital e oriente-os para saídas mais produtivas.