Economia

Crédito rotativo: Governo busca soluções para a alta taxa de juros

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) emitiu um comunicado nesta segunda-feira (14), enfatizando que não existem planos para eliminar a prática das compras parceladas sem juros no cartão de crédito. Essa declaração surge em resposta às recentes observações feitas pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sobre a possibilidade de extinguir o crédito rotativo.

Campos Neto havia abordado a preocupação com os níveis de endividamento dos cidadãos brasileiros, atribuindo parte dessa situação às taxas elevadas do crédito rotativo do cartão de crédito. Ele sugeriu que o cenário de endividamento poderia estar sendo influenciado pelo sistema de parcelamento sem juros oferecido pelos cartões de crédito. Vale informar que a  taxa de juros média do crédito rotativo atingiu a marca alarmante de 437,3% ao ano durante o mês de junho.

Confira o posicionamento da Febraban

Em resposta às recentes discussões sobre o possível fim das compras parceladas sem juros no cartão de crédito, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) esclareceu que não tem a intenção de encerrar essa modalidade de pagamento. Em comunicado, a entidade destacou seu envolvimento em grupos multidisciplinares que estão analisando as razões por trás das taxas de juros praticadas e buscando alternativas para um redesenho do sistema de crédito rotativo.

A nota oficial da Febraban ressaltou: “Nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia.” Isso enfatiza a busca por soluções que possam reduzir o impacto das altas taxas de juros, ao mesmo tempo em que se preserva a disponibilidade da opção de pagamento parcelado sem juros.

A federação enfatizou que o cartão de crédito é um instrumento importante para o consumo e também desempenha um papel significativo na manutenção da saúde financeira das famílias. A Febraban reforçou a importância de equilibrar a disponibilidade do crédito com medidas que visam mitigar os riscos e os custos envolvidos.

Diversas pesquisas têm indicado a necessidade de ações que busquem reequilibrar o custo e o risco associados ao crédito. A discussão em torno desse assunto tem ganhado destaque, considerando o impacto direto que as taxas de juros elevadas têm sobre o endividamento dos consumidores e a economia em geral.

Crédito rotativo: Governo busca soluções para a alta taxa de juros
(Imagem: Agência Brasil).

Conheça o crédito rotativo

O crédito rotativo é uma opção oferecida pelos cartões de crédito que permite aos consumidores pagar menos do que o valor total da fatura em determinado mês, com a possibilidade de parcelar o restante em meses seguintes. No entanto, essa modalidade é conhecida por suas altas taxas de juros, o que pode levar a consequências financeiras negativas para os consumidores.

As altas taxas de juros do crédito rotativo podem resultar em um acúmulo rápido de dívidas, tornando-o uma opção de financiamento bastante cara. Isso porque o pagamento de juros elevados sobre o saldo em aberto pode rapidamente levar a um ciclo de endividamento difícil de escapar, resultando em um aumento do montante total devido.

Nesse sentido, o crédito rotativo não é geralmente considerado uma boa opção para quem procura uma forma sustentável e econômica de financiar suas compras ou despesas. Se não for utilizado com cuidado e responsabilidade, ele pode levar a uma espiral de dívidas, afetando negativamente a saúde financeira do consumidor. Desse modo, o governo federal vem estudando novas opções de pagamento para os brasileiros.