Covid-19: Média de mortes no Amazonas salta de 15 para 118

Estado vive os piores dias desde o começo da pandemia

A média móvel de mortes por Covid-19 no Amazonas chegou a 118 nesta quinta (21), quando 67 novos óbitos foram registrados no estado. O crescimento em relação ao dado de duas semanas atrás foi de 217%. Já a comparação com o número registrado no dia 24 de dezembro, quando 15 mortes diárias ocorriam em média, revela um salto de mais de 780%.

No dia 14 de janeiro, a média móvel de mortes no Amazonas foi de 55, enquanto uma semana antes o número era de 37 óbitos. Os dados do consórcio de veículos de imprensa mostram o agravamento da pandemia de Covid-19 no estado durante o mês de janeiro, o que pode estar relacionado com as reuniões durante as festas de final de ano e com a nova variante do coronavírus no Amazonas.

O número de casos de Covid-19 confirmados também passa por forte alta no Amazonas. Na quarta (20) o estado bateu recorde diário com 5.009 novos casos registrados, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais entre os estados com mais casos confirmados no dia.

Segundo relatos de médicos da região, a aceleração da transmissão do coronavírus no Amazonas pode estar relacionada com a nova variante do vírus encontrada no estado. A nova cepa, inclusive, pode ser mais grave e letal entre jovens. No entanto, ainda são necessários estudos para confirmar a suspeita de alguns médicos.

Saúde do Amazonas entrou em colapso por causa da Covid-19

A crise sanitária no estado do Amazonas não tem precedentes. A alta no número de internações por Covid-19 chegou a levar algumas unidades de saúde do estado a fecharem as portas após atingirem a capacidade máxima de atendimento.

Hoje o estado registra mais de 2.500 internações por Covid-19, enquanto mais de 500 pacientes aguardam um leito hospitalar. Em Manaus, capital amazonense, a ocupação das UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) superou a taxa de 94% nesta semana, enquanto a ocupação de leitos clínicos passou de 80%.

Devido à alta de internações por Covid-19, o consumo diário de oxigênio no Amazonas hoje gira em torno de 75 mil m³, enquanto a capacidade de fabricação das empresas locais é de 28.200 m³ por dia. O insumo é essencial para tratar Covid-19 grave e sua falta causou ainda mais mortes pela doença no Amazonas.

Em solidariedade com o Amazonas, o governo da Venezuela enviou ao estado cinco caminhões cisterna com 136 mil litros de oxigênio líquido que equivalem a 14 mil cilindros, totalizando mais de 100 mil m³ de oxigênio. Outros estados brasileiros, além de artistas e do governo federal, também ajudam a suprir a crescente demanda pelo insumo.