Com a circulação de novas subvariantes do vírus COVID-19, o Brasil tem enfrentado um aumento nos casos da doença. Especialistas alertam para a importância de se atualizar a vacinação e adotar medidas de prevenção, como o uso de máscaras e o distanciamento social. Embora o cenário atual não seja tão grave quanto a onda causada pela cepa original da Ômicron em 2022, é necessário tomar cuidados para evitar a propagação do vírus.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, é fundamental que a população atualize a vacinação frente a uma maior circulação do vírus. Com as novas subvariantes em circulação, é importante garantir a eficácia das vacinas, principalmente para os grupos de risco. Além disso, é essencial que as crianças também sejam vacinadas, uma vez que a baixa taxa de imunização nessa faixa etária tem preocupado médicos e o Ministério da Saúde.
De acordo com a epidemiologista Ethel Maciel, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, já foi identificado um aumento de aproximadamente 6% nos casos nas duas primeiras semanas de agosto. Porém, é importante ressaltar que esse número pode ser ainda maior, uma vez que a quantidade de testes realizados é baixa e os autotestes não são notificados.
A infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp, ressalta que o aumento de casos era esperado, levando em consideração as novas subvariantes em circulação e o cenário no Hemisfério Norte, onde a EG.5, popularmente conhecida como Eris, já é dominante. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, por exemplo, já foi observado esse aumento. No Brasil, até o momento, o Ministério da Saúde foi informado de quatro casos da nova variante.
A taxa de positividade para a COVID-19 também tem aumentado. De acordo com o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), a taxa praticamente dobrou entre julho e agosto, passando de 7% para 15,3%. No entanto, é importante destacar que esses dados se referem aos testes realizados na rede privada e que há uma defasagem nos dados públicos divulgados pelo Ministério da Saúde.
Apesar do aumento de casos, os especialistas não acreditam que seja necessário retomar a obrigatoriedade do uso de máscaras neste momento. No entanto, recomendam que pessoas dos grupos de risco e aqueles que convivem com elas utilizem máscaras em locais fechados, mal ventilados e com aglomeração.
Os grupos de risco incluem imunossuprimidos, diabéticos, pacientes em tratamento de câncer, pessoas com doença renal ou pulmonar grave e idosos. Além disso, qualquer pessoa com sintomas respiratórios deve usar máscara e realizar o teste para COVID-19. Em caso de resultado positivo, é necessário cumprir o período de isolamento.
A principal medida de proteção contra a COVID-19 é a vacinação. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos três doses da vacina. Embora a vacina não impeça a infecção leve, ela ajuda a evitar casos graves, hospitalização e morte. Portanto, é importante aumentar o número de brasileiros com a imunização completa.
No entanto, há uma preocupação especial em relação às crianças, cuja cobertura vacinal ainda é baixa. Segundo o infectologista Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a população infantil é muito suscetível à doença. É fundamental que os pais e responsáveis vacinem seus filhos para protegê-los da gravidade da doença, além de evitar a chamada “COVID longa”, que são sintomas persistentes que podem afetar a qualidade de vida das crianças.
O Ministério da Saúde tem buscado fortalecer a vigilância genômica do país para identificar as variantes em circulação. Segundo a epidemiologista Ethel, a pasta retomou os comitês técnicos assessores (CTA) e está investindo em pesquisas para uma melhor compreensão da doença e seus impactos no Brasil. Uma dessas pesquisas busca mapear os efeitos da “COVID longa” no país.
É importante ressaltar que a COVID-19 é uma doença nova e ainda há muito a ser aprendido sobre ela. Os especialistas alertam para os impactos a longo prazo da doença, como inflamação e problemas de coagulação, cujas consequências podem ser desconhecidas até mesmo daqui a 10 ou 15 anos. Portanto, é fundamental continuar o monitoramento constante e investir em pesquisas para proteger a população.
No estado de São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que, até o dia 30 de agosto, foram registrados 1.323 casos de COVID-19 na capital paulista. Os números mensais têm se mantido abaixo dos registros observados em meses anteriores, como fevereiro e março, quando foram registrados mais de 30 mil casos.
A SMS destaca a importância de ampliar a cobertura vacinal na cidade e incentivar as medidas de prevenção, como a etiqueta respiratória e a higienização adequada das mãos. Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância da vacinação e ressalta que as medidas conhecidas pela população, como a higienização das mãos e a etiqueta respiratória, são fundamentais para combater o vírus.
Diante do aumento de casos de COVID-19 no Brasil, é fundamental que a população esteja atenta e adote todas as medidas de prevenção recomendadas pelos especialistas. A vacinação continua sendo a principal forma de proteção contra a doença, especialmente para os grupos de risco. Portanto, é importante buscar a imunização completa e seguir todas as orientações das autoridades de saúde.