O diretor-presidente Dimas Covas disse que o Instituto Butantan está avaliando a eficácia da CoronaVac contra a variante do coronavírus encontrada no estado do Amazonas e já detectada em São Paulo. Enquanto isso, o laboratório chinês responsável pela vacina, Sinovac Biotech, faz testes contra as variantes do Reino Unido e da África do Sul. Dimas Covas está otimista.
“Essa vacina foi testada na China contra variantes inglesa e sul-africana. No Butantan estamos testando se a resposta imunológica também é efetiva contra cepa amazônica. Adianto que, mantendo efetividade contra cepa inglesa e sul-africana, deverá ser eficiente contra cepa amazônica”, estimou o diretor do Butantan em entrevista ao canal Globonews.
Embora tenha apresentado eficácia global menor que as vacinas da Pfizer e da Moderna, que ficam na casa dos 95%, a CoronaVac levaria vantagem sobre os imunizantes baseados em tecnologia mRNA quando o assunto é combater variantes de um mesmo vírus, como a encontrada no Amazonas.
“A vacina do Butantan é baseada no vírus inteiro inativado. Ele é quebrado em pedaços, então a resposta que induz é ampla. É diferente de outras vacinas que produz resposta só contra proteína S. Vacinas baseadas na proteína S têm preocupação maior que a vacina do Butantan”, afirmou Dimas.
O acordo entre o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde prevê a compra de 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac, além das 46 milhões de doses já adquiridas pelo governo federal.
Nesta sexta (29), em entrevista coletiva, Dimas Covas revelou que o contrato de aquisição das doses adicionais será assinado pelo Ministério da Saúde.
“Alguns minutos atrás, quando eu já estava aqui no púlpito, recebi uma comunicação da pessoa responsável pelo departamento de logística do Ministério da Saúde avisando que o contrato será assinado na terça-feira da próxima semana”, disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo.
O Instituto Butantan e o governo paulista vinham pressionando o governo federal por uma resposta sobre a opção de compra das 54 milhões de doses adicionais. Dimas Covas, inclusive, chegou a mencionar que o Butantan foi procurado por representantes de países latino-americanos interessados em comprar até 40 milhões de doses da CoronaVac.
Após o anúncio de Dimas Covas sobre o interesse estrangeiro da vacina do Butantan, o governador de São Paulo, João Doria, disse que a prioridade sempre é dos estados e municípios brasileiros e cobrou uma resposta do governo federal, que inicialmente disse que responderia até maio.
O contrato de aquisição das 54 milhões de novas doses da CoronaVac deve ser assinado dia 02 de fevereiro, segundo Dimas Covas.