Pressionado para mudar a postura em relação à pandemia de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é alvo de ataques no Conselho de Direitos Humanos da ONU, uma iniciativa da Comissão Arns com a entidade Conectas Direitos Humanos. As informações são do colunista Jamil Chade, do portal UOL.
Em discurso a ser realizado nesta segunda (15), as organizações irão condenar as atitudes de Bolsonaro na gestão da Covid-19 no Brasil, que hoje é o epicentro global da pandemia e soma mais casos que os Estados Unidos nas últimas duas semanas.
“A situação do Brasil é desesperadora”, definiu a representante da Comissão Arns, Maria Hermínia Tavares de Almeida, professora titular aposentada de Ciência Política na Universidade de São Paulo (USP), ex-presidente da Associação Brasileira de Ciência Política e da Latin American Studies Association.
“Viemos aqui hoje para criticar as atitudes recorrentes do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia”, disse a representante.
As críticas contra o presidente brasileiro residem principalmente no fato de Bolsonaro não seguir as recomendações de cientistas e autoridades médicas, insistindo em se colocar contra medidas sanitárias como o uso de máscaras e o distanciamento social, além de recomendar medicamentos sem eficácia comprovada contra Covid-19.
“Ele desdenha das recomendações dos cientistas; ele tem, repetidamente, semeado descrédito em todas as medidas de proteção – como o uso de máscaras e distanciamento social; promoveu o uso de drogas ineficazes; paralisou a capacidade de coordenação da autoridade federal de Saúde; descartou a importância das vacinas; riu dos temores e lágrimas das famílias e disse aos brasileiros para parar ‘de frescura e mimimi'”, apontou.
“É por isso que estamos aqui, hoje, para chamar a atenção deste Conselho e apontar a responsabilidade do Presidente Bolsonaro em promover, por palavras e atos, uma devastadora tragédia humanitária, social e econômica no Brasil”, afirmou a representante da Comissão Arns antes do discurso na ONU.
De acordo com as entidades, o Brasil só não vive um pior cenário graças às ações do pode judiciário e legislativo, além das medidas de proteção contra Covid-19 impostas por prefeitos e governadores.
“Todas as medidas econômicas e sanitárias atualmente em vigor devem-se a iniciativas do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal, dos governadores e prefeitos”, disse Maria Hermínia Tavares de Almeida.
“É por isso que estamos aqui, hoje, para chamar a atenção deste Conselho e apontar a responsabilidade do Presidente Bolsonaro em promover, por palavras e atos, uma devastadora tragédia humanitária, social e econômica no Brasil”, completou a representante da Comissão Arns, que irá discursar no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil.