O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), criticou a gestão da pandemia de Covid-19 pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em live nas redes sociais nesta segunda (1°). Leite disse que Bolsonaro tem intenção de causar “confusão” com a crise sanitária e que o presidente teria “desprezo” pela vida da população brasileira.
“Não adianta evocar Deus e colocá-lo acima de todos, porque Deus coloca a vida em primeiro lugar. Então se é para obedecer a um mandamento divino, lembre-se que está entre os mandamentos não matar, e um líder na posição dele, que despreza os cuidados sanitários e despreza a sua gente, buscando algum proveito político ou se desfazer de algum prejuízo que possam causar as medidas que devem ser tomadas, infelizmente está matando”, disse Leite.
O tucano considera Bolsonaro diretamente responsável pelas mais de 250 mil mortes por Covid-19 no Brasil desde março de 2020. O país vem batendo recorde atrás de recorde em termos de número de óbitos pelo novo coronavírus. Nos últimos sete dias, a média móvel foi de 1.223 mortes diárias.
“Não tem como entender que o presidente da República não seja responsável por esse número de mortes no Brasil uma vez que gera confusão. (…) É desumano, é egoísta e é uma irresponsabilidade. Se a sua preocupação é a economia, ouça o seu ministro da Economia que diz que vacinar é o grande programa de recuperação econômica. A vacina é que vai parar o vírus. E se não podemos parar o vírus temos que parar as pessoas que carregam o vírus”, afirmou o governador.
Eduardo Leite também acusou Jair Bolsonaro de divulgar dados falsos sobre o repasse do governo federal para os estados combaterem a Covid-19.
“Não bastasse já a confusão que o presidente da República gera ao defender tratamentos sem recomendação científica, confusão nas vacinas, agora, também faz sobre a aplicação de recursos. Ele insiste em dividir nossa população e gerar confusão”, acusou Leite.
De acordo com Eduardo Leite, os R$40,9 bilhões que Bolsonaro diz ter passado ao Rio Grande do Sul misturam valores de vários compromissos, e não só do combate à Covid-19 como colocou o presidente. Tal repasse inclui até mesmo transferências constitucionais obrigatórias.
“Ou seja: não tem decisão política, é transferência automática, que independe de quem está no comando do Planalto. Se ele quiser usar este número, uma pergunta precisa ser feita: como os gaúchos mandaram R$ 70 bilhões em impostos federais para Brasília em 2020, onde estão os outros R$ 30 bilhões que não voltaram?”, questionou Leite.