Covid-19: Alemanha adota tratamento usado por Trump

País será o primeiro da União Europeia a usar a terapia experimental

A Alemanha vai adotar o tratamento usado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra Covid-19. Apesar da chanceler alemã Angela Merkel adotar uma abordagem contra a pandemia que se difere daquela defendida por Trump em seu período na presidência americana, o governo alemão decidiu incorporar a terapia experimental usada pelo ex-presidente quando ele foi infectado pelo novo coronavírus em outubro de 2020.

O tratamento é feito a base de anticorpos que combatem a invasão de células do contágio pelo Sars-CoV-2 (novo coronavírus), que é neutralizado quando os anticorpos se conectam às estruturas do vírus responsáveis por levar a doença às células humanas. A técnica seria eficiente principalmente nos estágios iniciais da Covid-19.

Ao todo, a Alemanha comprou mais de 200 mil doses de anticorpos monoclonais por US$487 milhões, tornando-se o primeiro país da União Europeia a incorporar o tratamento experimental no combate ao novo coronavírus. Os coquetéis de anticorpos serão enviados a hospitais universitários nesta semana.

“Funciona como uma vacinação passiva. Administrar esses anticorpos no estágio inicial (da Covid-19) pode ajudar pacientes de alto risco a evitar o agravamento da doença”, disse Jens Spahn, Ministro da Saúde da Alemanha.

O anúncio sobre o uso da terapia experimental na Alemanha antes mesmo da aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) foi feito num momento em que Jens Spahn, possível sucessor de Angela Merkel, sofre pressão política por causa da lentidão do programa de vacinação.

Alemanha sofre para controlar 2ª onda de Covid-19

No total, até o momento, a Alemanha registrou 2.134.936 casos confirmados e 51.870 mortes por Covid-19. Para controlar a pandemia, o país aprovou o uso emergencial das vacinas da Pfizer/Biontech, Moderna e Oxford/Astrazeneca. No entanto, devido ao atraso na produção e entrega das doses, além de fatores internos de logística, há atraso no programa de vacinação.

Segundo o Instituto Robert Koch, menos de 2% de alemães já foram vacinados, o que corresponde a menos 1,63 milhão de pessoas. O governo alemão, entretanto, mantém a posição de que toda população terá sido imunizada até o final do mês de agosto.

Embora tenha enfrentado relativamente bem a primeira onda da pandemia de Covid-19, a Alemanha, nação mais populosa e principal economia da Europa, tem sido duramente atingida por novas infecções.

O surgimento de novas variantes preocupa as autoridades do país, que passaram a restringir viagens e aumentar o controle nas fronteiras. Quem chega a Alemanha vindo de um dos 25 países considerados de “alto risco” para Covid-19 precisa apresentar teste PCR negativo feito há menos de 48h.